Caso Marielle: polícia e MP negociam delação premiada com ex-PM preso
Ex-PM, acusado de integrar milícia, e vereador teriam envolvimento na morte da parlamentar, segundo testemunha
© Reprodução / Renan Olaz/CMRJ
Justiça Milícia
A tarefa para esclarecer a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes segue árdua, mas a Polícia Civil e promotores do Ministério Público estadual estão agora negociando um acordo de delação premiada com o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando do Curicica.
Preso sob acusação de chefiar uma milícia na Zona Oeste do Rio, ele se reuniu com uma equipe da Divisão de Homicídios (DH) na penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1).
Orlando está isolado, em regime disciplinar diferenciado (RDD), após ter sido apontado, por uma testemunha, como participante na morte da parlamentar, juntamente com o vereador Marcello Siciliano (PHS).
"Existe uma conversa nesse sentido", disse uma fonte ligada às investigações, sem dar outros detalhes, noticia O Globo.
O miliciano deverá ser levado até a Divisão de Homicídios na próxima semana. Os investigadores querem conversar com ele, para saber o que o ex-PM teria para revelar.
Policiais civis conversaram na quinta-feira (10) com Orlando, em Bangu 1, afirma seu advogado, Renato Darlan:
"Pelo que fui informado, houve sim uma conversa com meu cliente em Bangu 1. Ofereceram perdão judicial para Orlando em troca de sua colaboração. Não sei exatamente o que foi conversado porque não estava presente. O que meu cliente informou é que os policiais agiram de forma intimidatória, oferecendo perdão judicial em troca de sua confissão. Mas volto a dizer: Orlando não cometeu crime algum", revelou Darlan.
A testemunha chave revelada pelo Globo seria um homem que trabalhou para um dos mais violentos grupos paramilitares do Rio. Ele resolveu procurar a polícia para contar o que sabe, em troca de proteção. Segundo o delator, o vereador Marcello Siciliano (PHS) e Orlando Oliveira de Araújo queriam a morte de Marielle, assassinada no dia 14 de março, no Estácio. O vereador Marcello Siciliano negou as acusações.
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