Nove em cada dez moradores da cidade do Rio têm medo de tiroteio
Os números estão em uma pesquisa Datafolha
© REUTERS/Ricardo Moraes
Justiça Pesquisa
Nove em cada dez moradores da cidade do Rio de Janeiro têm medo de tiroteio, bala perdida ou de morrer em um assalto. Os números estão em uma pesquisa Datafolha em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os números também mostram que um terço da população esteve no meio de um confronto nos últimos 12 meses.
Realizada de 20 a 22 do mês março, a pesquisa aponta que 73% dos moradores do Rio gostariam de deixar a cidade por causa da violência. E indica exatamente o que os moradores da capital temem.
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O medo está em todas as partes da cidade. Moradores de favelas ou de outras áreas temem da mesma forma estar em um tiroteio, ser atingidos por bala perdida e morrer ou se ferir em um assalto.
Entre esses dois grupos, a principal diferença está no medo de ser vítima de violência das polícias, ser acusado de um crime e ter um filho preso injustamente. Segundo o levantamento, com margem de erro de três pontos percentuais para mais e para menos, ter objetos de valor tomados à força num assalto, morrer assassinado, ser vítima de fraude, ter o celular roubado e ter sua casa invadida são situações temidas por 84% a 89% dos entrevistados.
Quando se fala em estar no meio do fogo cruzado entre bandidos e polícia, a diferença entre o receio e a concretização desse temor é estreita: 39% acreditam que há muita chance de isso acontecer, enquanto 30% estiveram de fato nessa situação no último ano. Três em cada quatro ainda relatam ter ouvido um tiroteio nesse período.
Segundo Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as respostas refletem as particularidades da violência no Rio em comparação com outras cidades. Para Samira, alguns dos temores de moradores do Rio são similares ao da população do resto do país, como ter a casa invadida, se envolver em brigas e receber uma ligação de bandidos exigindo dinheiro.
"Mas, no Rio, o medo é mais difuso. As pessoas têm medo mesmo em lugares onde deveriam se sentir seguras, como em casa. Vemos isso na proporção de pessoas que temem ser vítimas de bala perdida [92%]", disse. Com informações da Folhapress