PF cumpre mandados contra tráfico de transexuais e trabalho escravo
Operação, denominada Fada Madrinha, investiga um esquema de tráfico internacional de pessoas e trabalho escravo
© Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Justiça Fada Madrinha
A Polícia Federal (PF), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Federal (MPF) cumprem cinco mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão nesta quinta-feira (9), no interior de São Paulo. A Operação, denominada Fada Madrinha, investiga um esquema de tráfico internacional de pessoas e trabalho escravo.
Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Federal de Franca e são cumpridos nas cidades de Franca (SP), São Paulo (SP), Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Jataí (GO), Rio Verde (GO) e Leopoldina (MG), como apurado pelo G1.
De acordo com nota da PF, a investigação começou em novembro de 2017, quando recebeu a denúncia de que jovens eram aliciados pelas redes sociais com a promessa de procedimentos cirúrgicos faciais e corporais para mudança de sexo. O grupo também dizia que as vítimas participariam de concursos de misses na Itália.
Contudo, chegando a Franca, as transexuais eram submetidas a exploração sexual e condição análoga à escravidão.
“Os investigados aplicavam silicone industrial no corpo das vítimas e as encaminhavam para clínicas médicas para implante de próteses mamárias, havendo indícios de que as próteses utilizadas eram provenientes de reuso”, diz a PF em nota.
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Ainda de acordo com o comunicado, as vítimas eram obrigadas a adquirir roupas, perucas, sapatos e outros itens dos próprios suspeitos, o que as levava a um ciclo de endividamento.
“As vítimas consideradas mais bonitas e promissoras eram enviadas à Itália para a participação em concursos de misses, tudo a expensas dos investigados, o que dava causa a um novo ciclo de endividamento”, continua a nota.
Ao chegarem à Itália, as transexuais eram novamente submetidas à exploração sexual para o pagamento das dívidas.
Os criminosos também anunciavam a venda das transexuais pela internet, por cerca de 15 mil dólares.
Ainda segundo a PF, os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de pessoas, redução à condição análoga à de escravo, associação criminosa, rufianismo e exercício ilegal da medicina.