"Durante a noite é uma feira. Tem venda de drogas, gente andando com armas e as pessoas com medo de andar na rua. Tudo voltou ao que era antes", este é o relato de uma das moradoras da Vila Kennedy, comunidade da Zona Oeste, que foi considerada "modelo" de intervenção das Forças Armadas no estado.

Segundo moradores ouvidos pelo G1, os traficantes voltaram a controlar a área após a saída das tropas. "Voltamos a sentir medo de ir para a escola, de deixar um filho na rua", afirmou um deles.

A moradora do início do texto diz que policiais militares fazem rondas à noite ainda, mas o resultado prático desta ação é "quase nulo". Segundo ela, até barricadas tiradas pelo Exército já voltaram a fazer parte da comunidade.

"Eles também colocaram um quebra-mola alto e com vergalhão para cima. Assim, se o caveirão [veículo blindado] vier, fura o pneu", explicou.

Após a saída dos militares, os traficantes evitam que feridos pelos tiros cheguem a órgãos oficiais de saúde. "Eles não querem que as Forças Armadas voltem. Rolou, inclusive, um boato de que se alguém ficasse ferido a bala, não poderia ir para o [Hospital] Albert Schweitzer, para não aumentar a estatística e correr o risco dos militares voltarem", disse outro morador.

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