Sargento baleado em bar é o 4º militar morto após intervenção no RJ
Segundo a Polícia Civil, homens em duas motos teriam se aproximado do local por volta das 3h30 e disparado contra o militar, que foi atingido pelo menos três vezes
© Ricardo Moraes/Reuters
Justiça Baixada Fluminense
Mais um militar foi morto no Rio durante a intervenção federal na segurança pública no Estado. Na madrugada deste domingo (26), a vítima foi o segundo-sargento do Exército Gilson Alberto de Souza Amaral, morto a tiros em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (RJ).
Ele foi atingido quando estava em um bar, no bairro de Austin. Segundo a Polícia Civil, homens em duas motos se aproximaram do local por volta das 3h30 e dispararam contra o militar, que foi atingido pelo menos três vezes.
Amaral foi o quarto membro das Forças Armadas a morrer a tiros desde que começou a intervenção federal, decretada pelo presidente Michel Temer, seis meses atrás.
Na semana passada, três militares (um cabo e dois soldados) morreram em operação das forças de segurança nos complexos de favela do Alemão e Penha, zona norte. Eles se somam à estatística de 65 policiais militares mortos no Estado neste ano.
O comandante do Exército, general Eduardo Villa Bôas, reclamou na última sexta-feira (24) das condições em que está a instituição. "Passados seis meses, apesar do trabalho intenso de seus responsáveis, da aprovação do povo e de estatísticas que demonstram a diminuição dos níveis de criminalidade, o componente militar é, aparentemente, o único a engajar-se na missão", afirmou o comandante, em crítica indireta à classe política.
A intervenção, que vale até dezembro, foi decretada às pressas e sem um plano pronto, logo depois do Carnaval, quando cenas de roubos em áreas nobres da capital foram amplamente divulgadas pela imprensa e aumentaram a percepção de insegurança e vácuo no governo do estado.
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A intervenção ainda não reduziu os homicídios e acumula o maior índice de mortes por policiais desde 2008.
Sobre a morte deste domingo, o Comando Militar do Leste informou que o sargento era lotado no Batalhão Escola de Comunicações, em Deodoro, zona oeste da capital, e estava desde março de 2017 afastado de suas funções em razão de um tratamento de saúde.
A Polícia Civil descartou a hipótese de latrocínio como causa da morte do sargento. A vítima havia sido presa em flagrante recentemente por porte irregular de arma de fogo de uso restrito, ainda de acordo com a polícia.
O Exército lamentou a morte do sargento e afirmou que as circunstâncias serão investigadas em inquérito policial.
Militares não morriam em circunstância semelhantes à das quatro vítimas deste ano desde 2014, durante a ocupação da favela da Maré. Naquela ocasião, um cabo morreu em confronto com traficantes.
No último dia 20, o cabo Fabiano de Oliveira Santos, 36, foi morto após ser baleado no ombro, em um confronto ocorrido em área do Complexo da Alemão conhecida como Serra da Misericórdia.
No mesmo dia, João Viktor da Silva, 21, soldado paraquedista, foi atingido por um tiro na cabeça na favela Vila Cruzeiro, também no Alemão. Os dois foram atingidos quando um grande cerco foi montado nos complexos de favelas da zona norte. Na ocasião, um terceiro militar também foi baleado e morreu dias depois.
O Comando Militar do Leste não forneceu detalhes sobre as circunstâncias dessas mortes. Sabe-se que, durante a operação, houve intensos confrontos.
Com informações da Folhapress.