RJ: mortes de militares em uma mesma ação deixam marca inédita; entenda
Desde o fim da Segunda Guerra, não havia registros de um alto número de homens abatidos em apenas um combate
© Reuters / Ricardo Moraes
Justiça Exército
A morte de três militares em uma mesma ação, no Rio de Janeiro, durante confronto com criminosos, teve um resultado inédito e histórico. Dados do Ministério da Defesa, por meio da Lei de Acesso à Informação, mostram que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, quatro homens perderam suas vidas em troca de tiros com traficantes. Todos os casos ocorreram no estado do Rio.
Segundo informações do jornal O GLOBO, a primeira vítima depois da guerra foi o sargento Michael Augusto Michael Mikami, de 21 anos, em 2014. Ele participava de um patrulhamento no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. As outras três mortes, do cabo Fabiano de Oliveira Santos, 36, do soldado João Viktor Silva, 21, e do soldado Marcus Vinícius Viana Ribeiro ocorreram durante as ações de ocupação nos complexos da Penha, Alemão e da Maré.
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Para o diretor do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Lenin Pires, os episódios beiram a desmoralização. "Chama minha atenção. Não é comum nem mesmo na Polícia Militar, que historicamente atua dessa maneira. Tratando-se do Exército, menos ainda. Sempre houve, durante as ações da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), uma certa reserva dos criminosos de entrar em confronto com o Exército. Está acontecendo o que realmente a gente temia ou, de certa forma, prognosticava. As Forças Militares estão, cada vez mais, sendo observadas", opinou o especialista.
Segunda Guerra x intervenção federal
Entre setembro de 1944 e maio de 1945, durante a 2ª Guerra, foram contabilizados pelo Exército 165 dias com registros de mortes na tropa. No entanto, em apenas 14% deles, o número de militar morto foi maior do que quatro. A época em que houve mais homens abatidos foi em dezembro de 1944, na Batalha de Monte Castelo. O resultado sangrento foi a morte de 53 militares, durante uma ofensiva da Força Expedicionária Brasileira (FEB).