Após matar homossexual, suspeito teria gritado 'viva Bolsonaro'
Provável causa da morte foi traumatismo craniano decorrente de um golpe na cabeça
© Reuters / Nacho Doce
Justiça Curitiba
Um cabeleireiro de 57 anos, homossexual, foi encontrado morto dentro do seu apartamento em Curitiba na última quarta-feira (3). A provável causa da morte foi um traumatismo craniano decorrente de um golpe na cabeça.
De acordo com o site de ativismo LGBTQI+ 'Põe na Roda', a morte ocorreu após José Carlos Oliveira Matos, ou Cacá como era conhecido pelos amigos, marcar um encontro com um homem que conheceu em um aplicativo de encontros.
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Por volta das 6h da manhã da última quarta, vizinhos ouviram barulhos vindo do apartamento de Cacá. Ao meio dia, uma vizinha mais próxima estranhou a ausência do amigo e entrou em seu apartamento. Lá, estranhou a presença de um rapaz sem camisa, que disse que Cacá havia saído para comprar cigarros. Logo depois, o suspeito deixou o prédio.
No período da tarde, uma cliente chegou no prédio para cortar o cabelo com Cacá e o porteiro do prédio tentou entrar em contato com ele. Por WhatsApp, o porteiro recebeu mensagens com citações a Bolsonaro.
(Reprodução / WhatsApp)
O síndico foi avisado assim que o porteiro suspeitou a mensagem. A polícia foi chamada e o corpo da vítima foi encontrado dentro do armário. Ele estava enrolado em um cobertor, com os pés e as mãos amarrados.
Ainda de acordo com o portal, o porteiro disse que o suspeito teria passado pelo prédio à noite e perguntado sobre Cacá. Ao saber que a vítima estava morta, ele teria exclamado "Viva o Bolsonaro" e deixado o local.
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A vizinha também recebeu mensagens estranhas por WhatsApp, que supostamente seriam de Cacá pedindo para marcar um encontro. Ela avisou à polícia, que conseguiu deter o suspeito em flagrante na Praça Santos Andrade. Ele estava armado com um facão.
O reportagem do 'Põe na Roda' diz ainda que o caso está sendo acompanhado pelo jornalista Allan Johan, Assessor das Políticas da Diversidade Sexual da Prefeitura de Curitiba. A investigação está sendo conduzida pelo delegado Luiz Alberto Cartaxo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Em um primeiro momento, investigadores acreditavam que o crime estava relacionado a "algo envolvendo um relacionamento", segundo informações do DHPP ao jornal Tribuna do Paraná. Mas o caso foi encerrado nesta quinta-feira (4) como latrocínio, roubo seguido de morte. Um homem foi preso pela morte da vítima, mas o assassino teria sido acompanhado por um casal "na intenção de subtrair objetos do apartamento".
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