Operação da PF prende megatraficante internacional
Luiz Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca" foi detido graças à ação policial
© Reuters
Justiça 'sem saída'
A Polícia Federal (PF) deflagrou na quinta-feira (22) a Operação Sem Saída, fase ostensiva da Spectrum, que prendeu o megatraficante internacional Luiz Carlos da Rocha, o "Cabeça Branca". As investigações miraram agora seus dois comparsas, Alessandro Aguiar e Marcelo Anacleto, o "Ursinho" e o "Garotão", respectivamente.
Os dois haviam sido flagrados por câmeras do Shopping Iguatemi, em São Paulo, ao se encontrarem com "Cabeça Branca" em maio de 2017. À época, a Polícia Federal não havia conseguido identificá-los, mas após cruzamento de informações obtidas no celular do traficante e em documentos apreendidos, os policiais descobriram se tratar de aliados de "Cabeça Branca" no Mato Grosso e no Paraná.
O "Garotão" seria Marcelo Anacleto, sócio da Arimar Transportes. A empresa havia negociado a compra de caminhões e pneus com "Cabeça Branca" no valor de R$ 68 mil.
+ Polícia Civil do Rio prende milicianos e apreende armas de guerra
O "Ursinho", diz a PF, é Alexandre Aguiar, sócio da Agropecuária Estrela do Oeste, empresa que adquiriu uma fazenda de R$ 3,2 milhões cuja documentação foi encontrada na casa de "Cabeça Branca" em Sorriso, no Mato Grosso.
Segundo a Polícia Federal, há indícios que as transações tenham sido realizadas para lavagem de dinheiro. A investigação diz ainda que "Ursinho" e "Garotão" chefiavam dois núcleos operacionais do trafico de drogas do Mato Grosso e Paraná.
Interceptação telefônica comprovou "robustos indícios de envolvimento de ambos" com o esquema de tráfico de "Cabeça Branca", informou a Polícia Federal, assim como seus vínculos com remessas de cocaína despachadas pelo Porto de Paranaguá (PR) para a Europa.
Movimentações bancárias das empresas de "Ursinho" e "Garotão" indicam que elas serviam para lavagem de dinheiro do tráfico. A fraude continuou mesmo após a prisão de "Cabeça Branca", em julho do ano passado.
A PF pediu à Justiça expedição de mandados de prisão e busca e apreensão. O pedido foi aceito e os investigadores arrecadaram patrimônio de mais de R$ 100 milhões, incluindo uma fazenda de 11 mil hectares.
Segundo a Federal, esta é a maior operação da história da corporação em termos de desarticulação patrimonial de organização criminosa com atuação no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
No total, 100 policiais federais cumpriram 18 ordens judiciais em Curitiba e também em Brasnorte, Tapurah, Juara, Nova Maringá e Cuiabá no Mato Grosso. Do total de mandados, dois foram de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 14 de busca e apreensão. Com informações do Estadão Conteúdo.