João de Deus pode estar envolvido com 'máfia da morte', diz site
Envolvimento poderia explicar a fortuna alcançada pelo médium
© Marcelo Camargo/Agência Brasil
Justiça Denúncia
A ativista social Sabrina Bittencourt foi a responsável por dar visibilidade às denúncias de abuso sexual contra o médium João de Deus. Em conversa com o site 'Catraca Livre', ela diz que relatos apontam para o envolvimento dele com a "Máfia da morte" - o que poderia explicar a fortuna alcançada pelo líder religioso. Nesta quinta-feira (27), o Tribunal de Justiça determinou o bloqueio de R$ 50 milhões das contas dele.
"Estou recebendo de diferentes fontes informações de que João de Deus teria envolvimento com o que apelidaram de 'Máfia da Morte'. Ele teria um acordo com as funerárias locais para fazerem a gestão de seguros saúde internacional, superfaturando os valores dos serviços prestados para que os estrangeiros fossem enterrados em Abadiânia, em Goiás", disse Sabrina.
Sabrina diz que os familiares de estrangeiros mortos em Abadiânia enviavam os dados das seguradoras e as funerárias "colocavam um preço bastante acima do praticado no mercado". Desta forma, todos os envolvidos lucravam, já que para as seguradoras saía mais barato enterrar em Goiás do que transladar os corpos.
"Perguntei a algumas pessoas desde quando existe esta prática e me confirmaram que desde a década de 90 a população local tem ciência da prática. Parece ser que guias espirituais estrangeiros, encarregados de levar para a Casa Dom Loyola os pacientes e devotos com doenças graves, também eram orientados a fazer os pacientes assinarem um termo de responsabilidade isentando a João de Deus e funcionários da Casa de qualquer consequência por escolher este tipo de atendimento terapêutico", revelou Sabrina.
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