Briga em velório deixa dois mortos; delegado é denunciado por agressão
Uma das vítimas, Wemerson de Araújo, estava na rede com o filho quando foi atingida por um golpe de faca e, em seguida, de enxada
© Shannon Stapleton/Reuters
Justiça Acre
Uma confusão durante um velório terminou na morte de um jovem e um adolescente, de 18 e 17 anos, respectivamente. Uma das vítimas, Wemerson de Araújo, estava na rede com o filho quando foi atingida por um golpe de faca e, em seguida, de enxada. O crime foi cometido na Vila do Incra, em Porto Acre. O segundo rapaz também foi esfaqueado.
“Eles estavam em um velório e começou uma briga por causa de uma mulher lá. E nessa briga meu filho não estava, ele estava deitado nesse velório dentro de uma rede com o bebê dele dormindo. Ele acordou com a primeira facada, saiu da rede e correu, no que correu, deram uma enxadada na cabeça dele e ele já caiu na rua”, conta a mãe de Araújo, Maria Helena.
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À esquerda, Wemerson de Araújo, de 18 anos, e Wenderson Sores, à direita
Ainda de acordo com ela, o filho teve a cabeça arrancada por um dos golpes de facão. Um outro adolescente, de 17 anos, também foi esfaqueado e levado ao pronto-socorro. Até o momento, três pessoas foram presas suspeitas de cometer o duplo homicídio. Um boletim de ocorrência foi registrado. O autor das facadas teria sido liberado, segundo a família das vítimas.
“O assassino saiu pela porta da frente. Fui falar com o delegado e ele mandou todo mundo calar a boca, se não ia matar a todos. Fomos na delegacia para pegar o documento e levar no IML. O cara mata e sai pela porta da frente. Como colocam um delegado desse? Que judia do pai da vítima. Secretário de Segurança, nós precisamos de respeito. Não somos vagabundos e o delegado precisa respeitar a nossa dor”, desabafou a mãe.
Delegado é denunciado
Quando a família questionou o delegado sobre a soltura do suspeito do crime, o agente começou a agredir e ameaçar os parentes. “Empurraram e bateram no meu outro filho. Dois policiais também colocaram a arma em cima da gente, sendo que só queremos os nossos direitos. Não fizemos nada de errado”, completa Soares.
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A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) disse que está apurando o caso e deve se posicionar posteriormente.