Caso Daniel: audiência teve choro e acusação de 'fake news'
Depoimentos continuam nesta terça-feira (2)
© Divulgação / Coritiba
Justiça Depoimento
Os acusados de matar o jogador Daniel, o réu confesso Edison Brittes Júnior, conhecido como Juninho Riqueza, e outros seis, voltam ao Fórum de São José dos Pinhais nesta terça-feira (2), onde testemunhas devem ser ouvidas a partir das 9h. O depoimento dessa segunda-feira (1º) foi marcado por choros dos réus.
Seis pessoas estão presas pela morte de Daniel: a família Brittes (o casal Edison e Cristiana, e a filha Allana), David Vollero, Ygor King e Eduardo Henrique da Silva. A sétima ré, Evellyn Perusso, responde em liberdade por falso testemunho.
Na audiência dessa segunda-feira (1º), os sete réus, advogados e promotoria ouviram as primeiras 25 testemunhas de defesa por quase 8 horas. Amigos, familiares e conhecidos dos acusados detalharam sua relação com eles e dois policiais militares explicaram como acharam o corpo do jogador.
Na avaliação do advogado da família de Daniel, Nilton Ribeiro, as testemunhas que depuseram nessa segunda tentaram "melhorar a situação" dos acusados. "São testemunhas que tentam, se é que é possível, com todo respeito, melhorar a situação da família Brittes perante a imprensa e sociedade. A acusação não vai se intrometer, nos preocupamos somente com o processo", afirmou ao 'G1'.
O advogado da família Brittes, Cláudio Dalledone Júnior, não quis comentar o primeiro dia de audiência.
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Depoimentos
O primeiro depoimento do dia foi de Celso Alexandre Pacheco de Quevedo, o dono da moto usado por Juninho. Quevedo, que cumpre pena por tráfico de drogas, confirmou ser o proprietário do veículo, mas negou conhecer o réu. Segundo ele, a moto estava em uma revendedora e recebeu R$ 45 mil pela venda.
A irmã de Ygor King, Priscila Silva Alves, disse que o irmão estava diferente após o crime. "Vi ele no domingo após o acontecido e se percebia que tinha algo diferente. Ele só chorava, demonstrava estar chocado e abalado", contou, segundo o 'UOL'.
Ygor chorou muito ao ouvir o depoimento da mãe adotiva, Eucleia Pedroso Rebelo. Ela também ficou emocionada ao recordar do dia do crime e deixou a sala pedindo desculpas a Nilton Ribeiro, advogado da família de Daniel.
A mãe de David Vollero, Adriana Moreno Vollero, disse qe conversou com o filho ao saber do assassinato pela TV. "Ele estava abatido e contou o que tinha acontecido. Queria pedir perdão para a mãe do Daniel, e a gente como mãe também está sofrendo muito." Adriana terminou o depoimento pedindo para abraçar o filho. Algemado, David abraçou a mãe.
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O único da família Brittes a falar na audiência foi o irmão mais velho, Michel Ferreira dos Santos. Ele disse estar do lado do irmão, mesmo sabendo ser errado o que aconteceu e acusou a imprensa de publicar "fake news" sobre o caso.
Os policiais militares Alexandre Francisco da Silva e Luís César da Fonseca, os primeiros a chegar no local em que o corpo de Daniel foi deixado, contaram que um homem achou o corpo ao passar pela via e acionou a polícia.
Segundo Fonseca, a vítima estava entre arbustos e "da estrada não era possível ver o corpo. Para visualizar tinha que se aproximar". Para a acusação, os depoimentos dos dois PMs reforçam que houve ocultação de cadáver.
O segurança da boate Shed, Marcelo Guerra, convocado como testemunha de defesa, afirmou que viu Daniel se envolver em uma confusão por causa de uma garota na saída do local, onde foi comemorado o aniversário de 18 anos de Allana Brittes.
Ele contou que a menina tinha reclamado de ser importunada por Daniel. Três amigos dela quase brigaram com o atleta do lado de fora do estabelecimento.
Outra testemunha, o dono do comércio que atendeu Brittes pouco antes do crime, Douglas Silveira, disse que notou o cliente nervoso. "Edison aparentava ter passado a noite em festa por estar arrumado. Estava um pouco nervoso. Parecia incomodado com alguma coisa."
Na manhã de sábado, dia do crime, o gesseiro Vilmar Coniegner passou na casa de Edison Brittes Júnior, para deixar materiais de construção. Ele disse que foi recebido pelo réu na rua e que não notou nenhuma movimentação estranha.