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É possível recuperar o sono perdido? A ciência responde

Estudo destaca que sono pode não ser recuperado inclusive após múltiplas noites de descanso, nem mesmo entre os indivíduos mais jovens

É possível recuperar o sono perdido? A ciência responde
Notícias ao Minuto Brasil

06:56 - 13/09/21 por Notícias ao Minuto Brasil

Lifestyle Insônias

De acordo com estatísticas do Dia Mundial do Sono, reporta um artigo publicado na CNN, os problemas do sono constituem uma "epidemia global que ameaça a saúde e a qualidade de vida de até 45% da população mundial".

Ainda assim, muitos creem que é possível recuperar esse déficit de sono, dormindo bem durante uma noite ou duas noites, ou quem sabe durante uma semana inteira. E se lhe dissermos que afinal não é bem assim…

Um novo estudo revelou que mesmo para indivíduos mais jovens, o descanso não é algo que possa ser compensado de vez em quando.

O trabalho científico constatou, que treze pessoas na casa dos 20 anos que dormiram 30% menos do que o necessário, por 10 noites, não recuperaram totalmente a maior parte de seu processamento cognitivo após sete noites de sono irrestrito para se recuperar, explica o artigo publicado na CNN. 

"Este é um estudo bem-feito, embora pequeno, com várias medidas para examinar o impacto da privação parcial do sono – examinando principalmente a duração do sono usando actigrafia de pulso, alterações no EEG e desempenho cognitivo", compartilhou o médico Bhanu Prakash Kolla, especialista em medicina do sono no Centro de Medicina do Sono da Clínica Mayo em Rochester, no Minnesota, nos Estados Unidos. 

Acrescentando: "os tempos de reação melhoraram ao longo de sete dias e voltaram aos níveis basais, enquanto outras tarefas cognitivas, incluindo a precisão, não se recuperaram completamente". 

"O que o estudo mostrou é que há coisas como memória e velocidade de processamento mental que não serão restauradas tão rapidamente", complementou em declarações à CNN o médico especialista do sono Raj Dasgupta, professor assistente de medicina clínica na Keck School of Medicine da University of Southern California. 

"Definitivamente, a maior parte da perda de sono pode ser recuperada, mas há coisas que você simplesmente não vai recuperar rapidamente", disse Dasgupta.

"É por isso que é tão importante, em primeiro lugar, não ter dívidas de sono". 

A chave, segundo os especialistas, antes de mais nada, é evitar ficar sem dormir e repousar pelo menos sete horas por noite.

Estudos anteriores

Outros estudos já haviam constatado que a falta crônica de sono afeta a capacidade concentração, aprender coisas novas, ser criativo, resolver problemas e de tomar decisões.

Sendo que ficar acordado por apenas 18 horas pode prejudicar a capacidade de dirigir como se tivesse uma concentração de álcool no sangue de 0,05%, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Já 24 horas sem dormir equivale a 0,10% (bastante superior ao limite de condução legal dos EUA de 0,08%). 

Entretanto, uma pesquisa realizada em 2017 determinou que adultos saudáveis ​​de meia-idade que dormiram mal por somente uma noite produziram excessivamente a proteína beta-amiloide, responsável pelas placas características da doença de Alzheimer - aquela que é a forma mais comum de demência. 

Um estudo de junho deste ano concluiu também que adultos de idade mais avançada que sofrem de insónias e que experienciam despertares noturnos regulares têm um risco elevado de desenvolver demência ou de morrer prematuramente por qualquer causa.

O défice de sono está ainda ligado a um risco superior de desenvolver múltiplas doenças, menciona a CNN, como hipertensão, desempenho imunológico enfraquecido, obesidade, falta de libido, alterações de humor, paranoia, depressão e um risco maior de diabetes, AVC, doença cardiovascular, demência e alguns tipos de cancro. 

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