Saiba por que não devemos deitar tarde e levantar cedo
Ficar acordado até tarde da noite aumenta o risco de uma 'pandemia silenciosa'
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Lifestyle Doenças psiquiátricas
Costuma fazer maratonas de séries ou ler tarde da noite? Temos más notícias para você. Segundo um estudo divulgado na Biological Rhythm Research, quem adormece mais tarde e acorda cedo têm mais propensão de desenvolver patologias psiquiátricas, como a depressão, neuroticismo e de ter uma regulação emocional mais fragilizada.
De acordo com o o estudo, deitar tarde e levantar cedo está associado a uma maior auto-percepção da solidão e a um menor volume do hipocampo direito. E não é tudo. Este hábito também está relacionado com um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Ray Norbury, autor do estudo, recrutou 4684 adultos entre os 40 e os 70 anos para entender se a solidão varia entre quem acorda mais tarde e quem o faz mais cedo e tentaram perceber o seu impacto no volume subcortical na amígdala e no hipocampo. O investigador teve em conta o sexo, a duração do sono e dados socioeconômicos.
Além de responderem se acordam cedo ou tarde, os voluntários também foram inquiridos acerca do seu histórico de saúde mental, bem como sobre a solidão. O cientista recolheu ainda imagens dos cérebros que, posteriormente, foram divididas em três tipos de tecidos, incluindo a matéria cinzenta, a matéria branca e o fluido cérebro-espinhal, para estimarem o volume intracraniano.
Dados do estudo mostram que os mais velhos preferem acordar mais cedo. No entanto, não foram encontradas diferenças entre homens e mulheres ou na duração de sono de ambos, embora o sexo feminino tenham demonstrado que é mais predisposto a sentimentos de solidão.
Entre os voluntários que se sentem mais sozinhos, os que preferem acordar cedo têm um maior volume do hipocampo, em comparação aos indivíduos que preferem dormir até mais tarde. Ray Norbury revela que ficar acordado até mais tarde resulta num menor volume no hipocampo direito. O mesmo não se verifica no esquerdo ou na amígdala.
No entanto, Norbury aponta para algumas limitações do estudo, nomeadamente o fato de ter sido usada uma só pergunta para determinar a solidão.