Uma pandemia global abriu os olhos do mundo para a importância de buscar Saúde Mental em todas as fases da vida.

Mais do que não apresentar diagnósticos específicos, o conceito de Saúde Mental engloba uma vida mais consciente de si mesmo dentro do que a Organização Mundial de Saúde (OMS) define como saúde integral “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”.

Em um mundo com mudanças praticamente diárias, ter consciência de si mesmo e de suas limitações é um desafio, mas não garante a saúde integral quando pensamos no cérebro e todo o seu potencial para a nossa vida.

Entendendo melhor a sua mente

De forma resumida, podemos entender o nosso cérebro como a parte física responsável pelas emoções e reações aos estímulos do ambiente. É a máquina responsável por toda experiência humana e sobretudo por enviar sinais elétricos para todo o nosso corpo, armazenar memórias e criar mecanismos fundamentais de sobrevivência, como a concentração e raciocínio.

Nossa mente é derivada das conexões e funções do cérebro, e é a responsável por nossos pensamentos e reações bem como a forma como armazenamos experiências e as trazemos à tona repentinamente de forma consciente ou não. Cérebro e mente estão juntos!

“A Saúde Mental está mais vinculada a saúde do cérebro do que normalmente imaginamos! Nosso órgão mais complexo, o cérebro é uma estrutura física que precisa estar saudável (considerando alimentação e atividade física) e ser estimulado da forma correta, com novidade, variedade e grau de desafio crescente. Grande parte dos fatores que influenciam na saúde mental dependem que haja a saúde do cérebro primeiro", apontou Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro.

Atividade mental x exercício mental

Mas afinal: Se o meu cérebro está em constante atividade, porque eu preciso dar a ele estímulos específicos?

A cientista lembra ainda que atividade mental não é suficiente para gerar mudanças de neuroplasticidade, para construir vias expressas, da mesma forma que o esforço mental faz. “É o mesmo equívoco que se faz entre atividade física e o exercício físico. A atividade física ocorre sempre que você executa qualquer ação que envolva o movimento do seu corpo: escovar os dentes, escrever. Já o exercício físico refere – se jogar futebol, fazer aula de balé, ou zumba, refere – se a um subconjunto de atividades físicas que são de esforço e desafio, um desafio específico, particular”, lembrou a especialista.

Em ambas a atividade física e o exercício físico, podem trazer benefícios, mas é o exercício físico que ajuda a capacidade de construção e força muscular e que contribui para você ficar mais musculoso, atlético, para a sua performance física. Da mesma forma, para ir além da mera atividade mental, para gerar uma mudança significativa no cérebro, é preciso exercitá-lo com ginástica para o cérebro.

A necessidade de aprender e gerar novas habilidades é o que constrói e fortalece as conexões neurais e nós podemos estimular a aprendizagem nos expondo de maneira constante a atividades que desafiam a rotina e o que é familiar.

O treino cognitivo é uma ferramenta muito eficiente na prevenção de problemas na saúde mental exatamente porque atua na saúde do cérebro, reforçando conexões importantes e trabalhando estratégias de planejamento, tomada de decisão e metacognição, que são as habilidades cognitivas necessárias para harmonizar suas ideias e emoções.