O uso de repelentes é uma das principais recomendações dos médicos para a proteção contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya.

No entanto, como ressalta o iG, poucos cidadãos sabem que o uso excessivo do produto pode causar uma série de problemas.

A reportagem conversou com o médico toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Tecnológica (CEATOX) do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. Segundo o especialista, as possíveis consequências do abuso de repelentes são: alergia, irritabilidade, intoxicação e, em casos mais graves, convulsões, arritmia e até coma.

Os estudos nesta área indicam que, quando ocorrem, as complicações são geralmente devido ao abuso dos produtos com a substância DEET (dietiltoluamida), matéria-prima que compõe os principais repelentes à venda no mercado. As crianças são as maiores vítimas dos casos graves.

Quantas vezes passar?

Os produtos com DEET têm efetividade por entre 6 e 8 horas, e aqueles com icaridina, outra substância conhecida contida em alguns produtos, duram aproximadamente 10 horas. Wong explica então que aplicar o produto três vezes ao dia é suficiente para que a pessoa esteja protegida.

Siga as instruções

Enilce Oetterer, engenheira química e integrante do Conselho Regional de Química e diretora administrativa da Associação Brasileira de Cosmetologia expli todos os produtos são aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A engenheira destaca que a ardência na pele e a irritabilidade são as complicações mais sérias do uso excessivo de repelentes. No entanto, o grau de alergia varia de pessoa para pessoa.

Ainda segundo a reportagem, o recomendado é seguir passo a passo o modo de uso destacado no rótulo da embalagem, evitar o uso prolongado dos produtos e não passá-los em mucosas. Também é necessária muita atenção e cuidado com repelentes caseiros que contenham produtos como citronela, óleos e outras químicas.