A lava vulcânica mais fria da Terra -

Quem já assistiu notícias, filmes ou mesmo documentários sobre vulcões pode facilmente atestar o perigo e o medo que eles induzem. Afinal, plumas de cinzas e lava ardente são ejetadas de uma cratera, causando danos imensuráveis a tudo ao seu redor! Mas você sabia que existe um vulcão no continente africano que não se comporta da mesma forma que outros vulcões? Na verdade, sua lava é muito mais fria e ele não entra em erupção da mesma maneira.

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Onde fica? -

A lava mais fria da Terra pode ser encontrada na fenda da África Oriental, particularmente em um vulcão chamado Ol Doinyo Lengai, na Tanzânia. Este vulcão único, que tem uma altitude de quase 3.000 metros, produz lava que entra em erupção a temperaturas muito mais baixas em comparação com outros vulcões típicos.

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Placas tectônicas -

O mundo sob nossos pés nada mais é do que peças de quebra-cabeças, conhecidas como placas tectônicas, que estão sempre em movimento. Ol Doinyo Lengai está localizado onde as placas africana e somali se encontram. Essas duas placas estão realmente se afastando uma da outra, e é por isso que a fenda da África Oriental existe e a lava vem de suas profundezas.

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Composição -

A lava do Ol Doinyo Lengai é fria porque é composta por um tipo raro de elemento chamado natrocarbonatito, que é rico em sódio e potássio. A maioria dos outros vulcões é composta de silício e oxigênio (da chamada lava silicatada), que se mantém unida de forma muito mais espessa, criando temperaturas mais altas.

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Vulcão atípico -

Curiosamente, a lava em Ol Doinyo Lengai entra em erupção a menos de 600°C, que é metade da temperatura da maioria das outras lavas. A última vez que o vulcão entrou em erupção foi em 2023.

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Um brilho vermelho -

Devido à baixa temperatura da lava em Ol Doinyo Lengai, ela não brilha da mesma forma que a lava típica. Durante o dia, a cratera do vulcão parece adormecida e a lava flui preta e lamacenta, mas à noite a cratera brilha num vermelho fraco.

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Raridade global -

Lavas carbonatitas são extremamente raras em escala global. Na verdade, o Ol Doinyo Lengai continua sendo o único vulcão ativo no mundo que entra em erupção com esse tipo de lava fria.

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Aparência -

Quando o vulcão entra em erupção, a lava carbonatita parece negra e flui como lama. Enquanto a lava de silício normal flui a uma taxa de cerca de 30 km/h e pode ser facilmente ultrapassada por uma pessoa, a lava carbonatita flui muito mais rápido e supera facilmente um ser humano.

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Cinzas -

A parte amenizadora sobre o perigo potencial deste vulcão é que ele realmente não entra em erupção com tanta frequência. E quando isso acontece, a lava mais fria esfria rapidamente e reage com a umidade do ar, tornando a lava branca e desintegrando-a em um pó fino que se espalha pelas colinas circundantes.

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Preservado para a eternidade -

Quando o vulcão explodiu no passado, a temperatura mais fria da lava esfriou rapidamente e permitiu que muitos indígenas caminhassem pela paisagem. As pegadas estão agora espalhadas pela montanha, preservadas para a eternidade.

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Eletrônicos -

A lava expelida por Ol Doingyo Lengai é, na verdade, incrivelmente rica em elementos raros, que são componentes essenciais para a eletrônica moderna.

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Arredores -

A paisagem ao redor do vulcão é um testemunho da maneira como a temperatura mais fria da lava molda a terra. Como a lava flui em padrões semelhantes à lama, ela se instala na paisagem e se embranquece em formas únicas que parecem quase rachaduras e rios.

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Paisagem alienígena -

A área ao redor do vulcão não é o único lugar peculiar. As cinzas brancas que se formam depois que a lava esfria criaram uma paisagem incrivelmente alienígena dentro do próprio vulcão. De fato, várias torres de lava semelhantes a chaminés podem ser vistas no interior, parecendo chifres na cratera.

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Chifres altos -

Estas torres de lava elevam-se consideravelmente acima do interior da cratera vulcânica. A lava fria de baixo flui como lama para fora do topo, derramando-se pela lateral e adicionando ainda mais carbonatito à estrutura existente.

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Uma cicatriz -

Toda vez que Ol Doinyo Lengai entra em erupção, o fluxo de lava fria resultante esfria rapidamente dentro de horas ou dias, manchando a paisagem com cinzas brancas. A formação pode ser facilmente vista do espaço, e aparece como uma cicatriz na superfície do planeta.

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Um nome adequado -

O povo Maasai, indígena da região, refere-se a Ol Doinyo Lengai como a "Montanha de Deus". Eles acreditam que o deus africano Engai escapou para o vulcão depois de ser atingido por um caçador com uma flecha.

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Um nome diferente -

Curiosamente, o nome dado ao vulcão pelas antigas tribos zulus (outro grupo africano indígena que migrou pela área) é o nome predominantemente usado em todo o mundo: Ol Doinyo Lengai, que significa "Leito do Deus do Fogo".

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Cultura e religião -

Ol Doinyo Lengai tem profundo significado cultural e religioso para o povo Maasai. Eles o consideram uma montanha sagrada e o incorporam em suas práticas espirituais, chegando a realizar cerimônias e rituais para honrar o vulcão.

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Balanço harmonioso -

As tribos indígenas locais existem em harmonia com a montanha. Também são conhecidas por fornecer guias turísticos para estrangeiros que viajam para a localidade. Aliás, este é um dos principais elementos do turismo da região.

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Atração turística -

A lava fria e única de Ol Doinyo Lengai atrai turistas e pesquisadores de todo o mundo. Os visitantes são continuamente fascinados pela atividade vulcânica incomum e pela oportunidade de testemunhar a lava que se comporta de forma diferente do que normalmente é esperado.

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Conservação -

Em 2007, uma grande erupção no vulcão forçou a evacuação de várias aldeias próximas e causou a morte de vários animais selvagens. Após a erupção, os indígenas defenderam a implementação de restrições de acesso para preservar a montanha e proteger a vida humana.

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Importância do turismo -

Mas, devido ao aumento do turismo que a lava fria do vulcão atrai, o governo tanzaniano ainda não fez nenhuma lei em relação a possíveis restrições de acesso à montanha.

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Sobrevivente -

No mesmo ano da erupção, um carregador Maasai local escorregou e caiu na cratera do vulcão, onde a lava fria estava fluindo. Ele conseguiu sair, mas sofreu queimaduras graves e acabou hospitalizado antes de se recuperar. Esse é o único caso conhecido de alguém que caiu em lava e sobreviveu.

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Impacto ambiental -

A presença de lava fria no Rifte da África Oriental impacta o ambiente local de forma diferente em comparação com lavas mais quentes. As propriedades químicas únicas da lava carbonatita ajudam muito a composição do solo e a vegetação na área circundante, favorecendo plantas mais ricas em nutrientes.

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Solo rico -

As comunidades que vivem perto de Ol Doinyo Lengai adaptaram suas parcas práticas agrícolas à presença de cinzas vulcânicas. Na verdade, as cinzas enriquecem o solo com minerais, aumentando a fertilidade de suas plantações.

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Pecuária -

Mas, apesar da abundância de minerais no solo graças às cinzas do vulcão, o povo Maasai local é mais pastoril, preferindo a criação de gado a práticas agrícolas.

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Vida selvagem -

A lava fria e as cinzas do vulcão também ajudam a vida selvagem local, particularmente a população de flamingos do vizinho Lago Natron. Embora a inalação de cinzas vulcânicas seja perigosa, os minerais das cinzas permitem que as algas do lago prosperem, o que é uma fonte crucial de sustento para as aves.

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Pesquisa -

Os cientistas estão tentando monitorar e entender essa montanha e paisagem únicas na esperança de contribuir para pesquisas vulcânicas mais amplas. Talvez a temperatura e a composição química da lava possam ajudar em alguns avanços científicos ainda desconhecidos.

Fontes: (Vulkane Net) (European Space Agency) (Guinness World Records) (IFLScience) (Wired)

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