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Estudo relaciona Ozempic e Wegovy à doença rara de visão

Estudo mostra que a prescrição de Ozempic e Wegovy aumentaram em até 7 vezes diagnóstico de lesão rara no nervo óptico. Entenda!

Estudo relaciona Ozempic e Wegovy à doença rara de visão
Notícias ao Minuto Brasil

09:40 - 14/07/24 por Rafael Damas

Lifestyle Alerta

Pesquisa da Universidade de Harvard recém-publicada na revista científica da Academia Americana de Oftalmologia, JAMA Ophthalmology, alerta que a Semaglutida, princípio ativo do Ozempic para controlar o diabetes e do Wegovy para perder peso, pode causar neuropatia óptica isquêmica anterior-não arterítica (NOIA-NA), condição oftalmológica rara que pode levar à perda da visão.

Pior: O diabetes e a obesidade não param de crescer no Brasil e isso fez o consumo desses dois medicamentos explodir no País. Para se ter ideia, dados da pesquisa Vigitel 2023 realizada pelo Ministério da Saúde revelam que 10,2% da população com 18 anos ou mais têm diagnóstico de diabetes, sendo 11,2% entre mulheres e 9,2% entre homens. Quanto maior a faixa etária mais frequente é a doença chegando a 30,3% entre os brasileiros com 65 anos.

A Pasta também revela que 61,4% dos brasileiros têm sobrepeso e aos 54 anos são 70,7%.

Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier, o estudo não surpreende. Isso porque, o diabetes e a obesidade são fatores de risco para desenvolver a NOIA-NA. A doença, explica, é uma lesão no nervo óptico causada pela interrupção do fluxo sanguíneo.  A condição só fica atrás do glaucoma como causa de perda irreparável da visão, embora nem todas as pessoas acometidas fique completamente cegas.

Outros fatores de risco

Queiroz Neto ressalta que a NOIA-NA também pode ocorrer em pessoas que fazem tratamento com amiodarona para arritmia cardíaca, usam  medicamentos para disfunção erétil como o Viagra,  têm  disco do nervo óptico pequeno, fumantes, portadores de aterosclerose, hipertensão arterial, apneia obstrutiva do sono, tendência  à formação de coágulos sanguíneos e  pressão arterial baixa à noite. Por isso, na opinião do especialista antes de prescrever estes medicamentos é necessário gerenciar estas variáveis. Pode ser que muitos dos participantes desta pesquisa que desenvolveram a NOIA-NA tinham contraindicações para o medicamento que até então eram desconhecidas,

A pesquisa

Os pesquisadores acompanharam por três anos um grupo de 750 pacientes diabéticos que foram divididos em dois grupos. Um que usou o Ozempic e outro que que fez o tratamento com outros remédios.  No final do período o número de pacientes que usou Ozempic e teve lesão no nervo óptico superou em mais de quatro vezes o outro grupo.  

O mesmo método foi utilizado com 919 pacientes obesos divididos em um grupo que usou Wegovy e outro que fez o tratamento com diferentes classes de medicação. O número de pacientes que desenvolveram NOIA-NA usando Wegovy foi 7,6 vezes maior.

Diagnóstico e tratamento

Queiroz Neto afirma que a neuropatia óptica isquêmica não arterítica não apresenta dor ou outro desconforto. A perda da visão é súbita e o diagnóstico inclui exame da parte posterior do olho. O especialista ressalta que não existe tratamento efetivo para a condição, uma vez que células nervosas são irrecuperáveis. “A recomendação é reduzir fatores de risco para aterosclerose, controlar da pressão arterial e ara quem tem apneia do sono é aconselha a polissonografia”, salienta.  Isso porque, cerca de um terço das pessoas com apresenta melhora parcial espontânea da visão e o outro olho é afetado em 15% a 20% das pessoas, finaliza.

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