Bebês que engatinham por mais tempo são mais cautelosos
"As crianças que já engatinham bem e há mais tempo tomam decisões mais acertadas ao engatinhar"
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Lifestyle Estudo
Uma equipe de investigadoras portuguesas verificou que os bebês que engatinhavam há, pelo menos, seis semanas eram mais cautelosos perante o perigo do que os que tinham essa experiência há menos tempo.
"As crianças que já engatinham bem e há mais tempo tomam decisões mais acertadas ao engatinhar", evitando mais as situações de risco, disse à agência Lusa a investigadora Rita Cordovil, uma das autoras do estudo da Faculdade de Motricidade Humana.
O estudo, que envolveu 32 bebês com tempos de engatinhar entre três dias e 5,78 meses, pretendeu avaliar o papel da experiência locomotora total e a experiência de engatinhar no comportamento da criança perante um precipício real e aquático e qual a relação entre os comportamentos observados nas duas situações.
Os bebês, com idades entre os 8,5 e 14,7 meses, foram testados perante um precipício real (80 centímetros da altura) e um precipício aquático (cuba de água), sendo a segurança do bebê garantida por equipamentos próprios de escalada.
Dos 32 bebês testados, cinco avançaram apenas na situação de precipício aquático, quatro no precipício real e seis nas duas situações, refere o estudo.
A investigadora adiantou à Lusa que os resultados da investigação mostram que "a experiência os ajuda a perceber e a agir perante cenários de risco".
"A experiência é fundamental", disse Cordovil, defendendo não se deve impedir as crianças de interagir com o ambiente.
"Se um bebê está sempre fixo na cadeirinha ou no parque e não o deixam andar ou engatinhar, ele vai ter problemas a nível de desenvolvimento motor", advertiu a pesquisadora, observando que a sociedade de hoje prolonga "a falta de experiência até muito tarde".
O estudo refere que, embora o comportamento final dos bebês tenha sido similar nas duas situações (caem tanto no precipício real quanto no aquático), os comportamentos parecem ser mais arriscados junto à superfície de água do que junto à altura perigosa, principalmente nas crianças que engatinham há menos de seis semanas.
Segundo a investigação, este comportamento sugere "uma maior atração do bebê por superfícies de água do que por precipícios, possibilitando maiores oportunidades para a ocorrência de acidentes por afogamento do que acidentes por queda de altura perigosa".
As autoras do estudo, Rita Cordovil e Carolina Burnay, adiantam que os resultados obtidos confirmam a influência significativa da "experiência de engatinhar" no comportamento do bebê verificada em estudos anteriores.