Luz pode substituir medicamentos em tratamento de candidíase oral
Doença ocasiona manchas, dor de garganta e até rachaduras nas laterais da boca
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Uma série de testes aplicados em camundongos demonstrou que a aplicação de luz, associada ao uso do Photodithazine (um pó composto por um tipo de sal e dissolvido em água), talvez possa substituir os medicamentos e produtos fungicidas no tratamento de candidíase oral, doença causada pelo fungo Candida albicans na região bucal, ocasionando manchas brancas ou avermelhadas, dor de garganta e até rachaduras nas laterais da boca.
A infecção por candidíase é mais comum em crianças, idosos, pacientes em quimioterapia, e em indivíduos que estão com o sistema imunológico comprometido. Os principais tratamentos compreendem o bochecho de produtos que têm alto teor de fungicida e álcool e que, portanto, podem causar irritação na mucosa dos pacientes.
Com o novo método, basta enxaguar a região lesionada com o Photodithazine e receber a aplicação de luz de laser em 660 nanômetros (intensidade amplamente utilizada na área de odontologia) ou LED. O pó é absorvido pelos microrganismos presentes na região infectada e lhes combate ao receber a iluminação. Com a mesma eficiência dos tratamentos convencionais, essa reação oxidativa elimina os microrganismos sem afetar o tecido humano e sem o uso de agentes agressivos ou fungicidas que podem causar danos ao fígado.
Tanto o Photodithazine quanto as fontes de luz foram desenvolvidos pelo Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), sob a coordenação do Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, que participa deste estudo, realizado por pesquisadores dos Departamentos de Materiais Odontológicos e Prótese e de Fisiologia e Patologia, da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp - Câmpus de Araraquara). O docente explica que o ato de fazer o bochecho com o Photodithazine torna o tratamento ainda mais rápido e prático, solucionando a dificuldade que profissionais da odontologia tinham ao tentar tratar a cavidade oral dos pacientes. "Esta técnica é uma metodologia que poderá ser muito promissora no controle microbiológico para a odontologia moderna", pontua.
Nos testes in vivo, camundongos fêmeas de seis semanas de idade foram infectadas e passaram pelo tratamento, ministrado uma vez por dia, ao longo de cinco dias. Após um intervalo de oito dias, os pesquisadores analisaram as línguas dos animais tratados e observaram a eficácia na eliminação dos microrganismos.
Agora, os pesquisadores da Faculdade de Odontologia têm aplicado a metodologia no tratamento de sessenta pacientes idosos, que têm infecções causadas pelo uso de próteses, como dentaduras. Segundo a Profa. Dra. Ana Claudia Pavarina, docente da Faculdade de Odontologia que coordena esta pesquisa, a aplicação da técnica tem sido positiva nos estudos clínicos. "Clinicamente, foi observado que ao final das aplicações da metodologia, houve a remissão completa da lesão em alguns pacientes. Nos pacientes que tinham lesão grau dois, a infecção apresentou-se como grau um ao final do tratamento".