Medicamento genérico contra Hepatite C será fabricado no Brasil
Custo menor do medicamento deve, no mínimo, dobrar a quantidade de pacientes em tratamento
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Genérico do Sofosbuvir, revolucionário medicamento contra a Hepatite C, está em vias de chegar ao mercado brasileiro e a um preço bem mais acessível. A redução do valor será possível devido a um projeto desenvolvido pelo consórcio BMK, formado pelas empresas brasileiras Blanver, Microbiológica Química e Farmacêutica e KB Consultoria, e que agora conta com uma cooperação técnico-científica com a Fiocruz. O consórcio deverá investir cerca de US$ 25 milhões para o desenvolvimento e produção da droga no País, contemplando desde o princípio ativo até o medicamento.
Lançado em 2013 nos Estados Unidos, o Sofosbuvir já chegou a custar no mercado americano US$ 84 mil o tratamento, ou cerca de US$ 1 mil o comprimido. Com a parceria para produção no Brasil, o custo do tratamento deverá chegar a US$ 3 mil ou menos. A expectativa é que o medicamento nacional esteja disponível aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) já a partir de 2017.
A utilização do Sofosbuvir eleva as taxas de cura da Hepatite C para mais de 90%, além de reduzir o tempo de tratamento e poupar os pacientes de intensos efeitos colaterais causados pelos remédios comumente usados.
Segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais do Ministério da Saúde (Edição 2015 – Dados 2014), estima-se que há aproximadamente 1,5 milhão de pessoas infectadas pela Hepatite C no Brasil, porém a maior parte não sabe, já que, na maioria dos casos, a doença é assintomática, podendo levar anos para evoluir no organismo de um indivíduo, sem ser percebida.
Com o medicamento a um custo menor, a expectativa é que seja possível tratar pelo menos o dobro de pacientes, utilizando os mesmos recursos investidos pelo governo atualmente.
“O diagnóstico prematuro, junto com a produção nacional e o custo decrescente do medicamento, permitirão diminuir sensivelmente a incidência de quadros graves e óbitos relacionados a Hepatite C no Brasil, assim como fornecer suporte à um programa de erradicação da doença”, conclui Sérgio Frangioni, da Blanver.