Má alimentação na gravidez pode provocar TDAH nos bebês
Novo estudo sugere que a alimentação rica em gordura e açúcar durante a gestação aumenta o risco de o filho desenvolver o transtorno
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Lifestyle Déficit
Ter uma má alimentação na gravidez, rica em gordura e açúcar, aumenta o risco de a criança desenvolver um transtorno de comportamento e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, conhecida como TDAH. Esta é a conclusão de um estudo publicado na quinta-feira na revista científica Journal of Child Psychology and Psychiatry.
Um grupo de investigadores da King’s College London e da Universidade de Bristol, ambas na Inglaterra, analisaram o desenvolvimento e amostras de sangue de 164 crianças e a alimentação das suas mães na gestação. Destas, 83 crianças tinham transtorno de comportamento prematuro e outras 81 tinham baixos níveis do problema.
Os resultados mostraram que nos dois grupos de crianças estudados, aquelas cujas mães tiveram uma alimentação rica em gordura e açúcar durante a gestação apresentaram uma quantidade maior de alterações no gene IGF2, um gene relacionado com o desenvolvimento fetal, em comparação com os filhos de mães que seguiram uma dieta saudável. As crianças que tinham tais alterações genéticas e também desenvolveram transtorno de comportamento prematuro tinham maior probabilidade de apresentar uma quantidade maior de sintomas de TDAH entre os 7 e os 13 anos de idade.
Os pesquisadores concluíram que a alimentação da mãe pode alterar o DNA do feto e aumentar o risco de problemas de comportamento nas crianças.
O IGF2 é um gene que desempenha um papel importante não só no desenvolvimento fetal, mas também de partes do cérebro envolvidas no TDAH, como o cerebelo e o hipocampo.
Os resultados deste estudo sugerem ainda que “promover uma dieta pré-natal saudável pode reduzir os sintomas de TDAH e problemas de comportamento nas crianças. Isso é encorajador.”, disse Edward Barker, coautor do estudo e investigador da King’s College London.