6 dúvidas sobre a infertilidade feminina
Veja as principais causas do problema e o que fazer para realizar o sonho da maternidade em 2017
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Fim de ano é tempo de reflexão e de planos para o futuro. Se está no seu planejamento engravidar no ano que vem, confira o que dizem os doutores Paulo Gallo de Sá e Maria Cecília Erthal, especialistas em Reprodução Humana e diretores-médicos da clínica Vida. Eles esclarecem as dúvidas de mulheres que sonham ter um filho mas não sabem ao certo até quando podem esperar para começar uma gravidez. O adiamento da maternidade causado, principalmente, por questões profissionais aflige a mulher moderna porque, a cada mês, a capacidade reprodutiva vai diminuindo com a perda de até mil óvulos. Veja agora o que dizem os especialistas sobre as 6 dúvidas mais comuns sobre a infertilidade.
1 - Existe uma idade limite para engravidar?
Essa é uma pergunta controversa e é preciso considerar alguns pontos. Meninas nascem com aproximadamente dois milhões de óvulos. Na adolescência, quando chega a primeira menstruação, esse número é reduzido para mais ou menos 400.000. Posteriormente, a mulher vai perder em torno de mil óvulos a cada mês (ciclo menstrual), até que nenhum reste ou esteja “saudável”.
Do ponto de vista biológico, a idade limite para engravidar é antes da menopausa. A menopausa é a representação orgânica do final do seu potencial de engravidar.
Do ponto de vista da Medicina Reprodutiva, estando a mulher apta, não possuindo nenhuma doença que possa ser agravada pela gestação, e ciente dos riscos aumentados para algumas doenças como a pressão alta e a diabetes, e a mulher ainda possuindo útero, não existe idade limite para tentar engravidar com óvulos doados.
Entretanto, do ponto de vista da Regulamentação da Medicina Reprodutiva, é preconizado que as mulheres engravidem antes dos 50 anos. Após essa idade existe um risco muito maior de doenças ligadas à gestação como a diabetes e a hipertensão gestacional. Além disso, existe uma grande preocupação com o desenvolvimento/acolhimento dessa criança já que as chances dela ficar órfã antes da idade adulta é bem maior.
2 - A partir de que idade as chances de engravidar começam a diminuir?
Como dissemos, a cada mês ocorre uma perda em torno de mil óvulos. Quando a mulher chega por volta dos 35 anos, a incidência da infertilidade cresce em aproximadamente 30%.
Determinar quando cada mulher ultrapassa a fronteira entre a fertilidade e a infertilidade é um dos grandes dilemas que muitas mulheres precisam enfrentar. Principalmente, as que não conseguiram engravidar no “momento biológico ideal”. Este estágio de “infertilidade” do ovário é o chamado “relógio biológico” e é quando o ovário começa a trabalhar de forma ineficiente, rumo à sua falência. É o resultado direto da quantidade limitada de óvulos com o qual a mulher nasceu.
3 - O estilo de vida da mulher interfere nessa perda de óvulos?
O ritmo da perda de óvulos inexorável durante o amadurecimento da mulher não é afetado por pílulas anticoncepcionais, gestações, suplementos nutricionais, estilo de vida ou aparência jovial. Mas, a obesidade, o tabagismo e a exposição a alguns produtos químicos (o Bisfenol-A – BPA - presente em plásticos, por exemplo), podem levar a uma diminuição precoce da reserva ovariana.
4 - O que a mulher madura deve fazer para manter as chances de engravidar?
Preservar a fertilidade significa guardar os gametas (óvulos e espermatozoides) congelados para uso futuro. Mas, as pessoas devem ficar atentas porque muitos métodos usualmente utilizados são incorretos, caros e podem ser ineficazes.
Mais uma vez, é importante ressaltar: o envelhecimento dos ovários segue um ritmo diferente do envelhecimento do restante do corpo da mulher. Algumas mulheres se mantêm férteis nos seus quarenta, outras podem perder sua fertilidade aos vinte ou após doenças inesperadas.
Por isso, é importante consultar um especialista para buscar alternativas para preservar a fertilidade caso o sonho de uma futura gestação exista.
5- É possível engravidar após o tratamento do câncer?
Atualmente, os tratamentos para o câncer conseguem aumentar a expectativa e qualidade de vida. Entretanto, a maioria dos tratamentos para o câncer são agressivos e podem destruir o potencial reprodutivo das pessoas.
Por isso, uma avaliação com um especialista em reprodução humana é importante para o planejamento da vida familiar futura. Cada vez mais
os oncologistas têm tido a consciência de orientar os pacientes a procurar ajuda no intuito de preservar sua fertilidade antes de iniciar o tratamento para o câncer.
6- No caso do câncer, quais são os tratamentos indicados?
Para as mulheres adultas as indicações são:
• Congelamento de óvulos: são retirados após estimulação dos ovários com medicamentos.
• Congelamento de embriões: indicado para mulheres já casadas. Os embriões podem ser descongelados e transferidos para o útero da mulher após o tratamento do câncer quando o casal estiver preparado.
• Congelamento de tecido ovariano : é considerada uma técnica experimental atualmente e ainda não pode ser oferecido fora de programas de pesquisas. Já existem crianças nascidas por esta técnica, mas ainda em número muito reduzido.
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