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9 mitos e verdades sobre a produção de leite materno

O leite materno é, comprovadamente, o alimento mais completo que o bebê pode receber

9 mitos e verdades sobre a produção de leite materno
Notícias ao Minuto Brasil

09:05 - 25/12/16 por Notícias Ao Minuto

Lifestyle Amamentação

A amamentação costuma ser um fator de preocupação para as mães antes mesmo de o bebê nascer. Isso se deve ao fato de o leite materno ser, comprovadamente, o alimento mais completo que o bebê pode receber, pois fornece todos os nutrientes, vitaminas e minerais de que ele precisa para o crescimento durante os primeiros meses. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a mãe amamente os filhos, durante os primeiros seis meses de vida, exclusivamente com leite materno, dos seis meses até os dois anos, outros alimentos devem ser introduzidos na dieta e oferecidos ao bebê em colherinhas e copinhos, não mais na mamadeira.

Mas como saber se o bebê está bem alimentado? Como aumentar a produção de leite materno? Segundo Maíra Domingues Bernardes Silva, enfermeira pediátrica do Banco de Leite Humano do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), para a produção de leite funciona a ‘lei da oferta e da procura’. “O leite é produzido de acordo com o que o bebê mama e a cada mamada. Assim, as mães que têm gêmeos também conseguem produzir leite suficiente para os dois bebês. Importante destacar que também é recomendável que as mamães aumentem o consumo de água e de sucos de fruta naturais”, explica Maíra Domingues. Abaixo, a enfermeira pediátrica tira dúvidas sobre os mitos e verdades da produção de leite.

Todo mundo está dizendo que o meu bebê não para de chorar porque é fome, pois tenho pouco leite ou porque meu leite é fraco. O que eu faço?

Não existe leite fraco. O leite materno é o melhor alimento para os bebês devido tanto às suas propriedades nutricionais em quantidade e qualidade ideais, como também a suas propriedades imunológicas, protegendo contra infecções respiratórias, diarreias, promovendo saúde e permitindo um crescimento e desenvolvimento saudáveis. Até as mães desnutridas são capazes de produzir um leite de qualidade. Além disso, vale destacar que nem todo choro do bebê é fome. Ele pode chorar por diversos outros motivos: frio ou calor, fralda suja, necessidade de carinho e atenção, dentre outros motivos. Com o tempo, os pais vão aprendendo a lidar com o choro do bebê.

Importante frisar que existem sinais indicativos de fome, são eles: colocar as mãos na boca, abrir a boca em busca da mama, fazer movimentos de sucção e o choro.

Levei meu bebê ao pediatra e ele disse que está tudo bem com meu filho, mas mesmo assim me receitou um leite especial. Isso é correto?

O leite humano é o alimento ideal e mais completo para o bebê e deve ser oferecido de forma exclusiva até os seis meses de idade (ou seja, não há necessidade de oferecer água, sucos ou chás) e de forma complementar com outros alimentos a partir dos seis meses até os dois anos ou mais. Caso o bebê esteja perdendo peso, ou tenha alguma dificuldade com a amamentação, procure apoio e suporte para amamentar no Banco de Leite Humano.

A pega do bebê no seio influencia na produção?

É importante que o bebê abocanhe corretamente a aréola para que ele fique bem alimentado, não machuque os seios da mãe e continue estimulando uma adequada produção de leite.

Quanto tempo meu bebê deve amamentar? É importante oferecer os dois seios em cada mamada? Quando devo trocar de seio?

Não existe tempo de mamada. O bebê é quem decide quanto tempo vai durar cada mamada. O leite do final da mamada contém maior quantidade de gordura, fazendo o bebê ganhar peso e ficar saciado. Sendo assim, ele deve mamar até ficar satisfeito, demonstrando sinais de saciedade, como, por exemplo, quando para espontaneamente de mamar e solta o seio materno ou até mesmo quando dorme após a mamada. E esse tempo pode variar de bebê para bebê. Por este motivo, é importante que a mamada não seja interrompida, pois, se for, o bebê pode mamar pouco do leite do final. Em cada mamada, o bebê pode sugar somente um dos seios e ficar satisfeito, mas se ele continuar demonstrando que está com fome, pode-se oferecer o outro seio também. Aos poucos, a mãe vai conhecendo o seu bebê e percebendo seu ritmo.

Meu bebê mama em livre demanda, mas já ouvi dizer que isso não é indicado. Como devo proceder?

Recomenda-se mamadas frequentes, sem horário e duração pré-determinados (livre demanda), ou seja, o bebê deve mamar sempre que demonstrar sinais de fome conforme supracitado. É importante estar atento para a troca de fralda frequente do bebê, pois este é um bom sinal de que ele está mamando bem.

Existe preparo para amamentar?

O preparo para amamentar deve ser a partir de contato com mulheres que tiverem experiências positivas com a amamentação, bem como a participação em grupos de gestantes que apoiam e promovem a amamentação, e buscar ajuda em Bancos de Leite Humano sempre que tiverem dificuldades nesse processo.

No entanto, não existe preparo das mamas; sendo assim, não é recomendável utilizar óleos, cremes, buchas ou conchas, ou mesmo massagear e fazer qualquer manobra com os mamilos durante a gestação. A própria natureza (ou seja, fisiologia corporal) se encarrega deste preparo.

Como estimular a produção e descida do leite?

Ao realizar o contato pele a pele na primeira hora após o parto, a mamãe estará estimulando muitos hormônios que ajudarão no início da apojadura, preparo da mama para a descida do leite e que geralmente acontece até cinco dias após o parto. As mamas ficam maiores e bem cheias, algumas vezes quentes, com um pequeno fluxo de leite, o que é normal. O leite começa a descer em forma de gotinhas e isso é suficiente para o bebê ficar satisfeito. Vale destacar que este primeiro leite que sai é chamado de colostro e tem o papel principal de proteção do recém-nascido – por isso é conhecido como a primeira vacina – e essas características permanecem até o sétimo dia pós-parto.

O que fazer quando o leite empedrar?

A mãe deve fazer massagem em movimentos circulares na mama e colocar o bebê para mamar. Se a mama estiver muito cheia, ela pode retirar um pouquinho de leite antes de amamentar para que a aréola fique macia e o bebê consiga abocanhar. Após amamentar, se a mama persistir cheia, a mãe deve continuar a massagem e realizar a ordenha do leite para armazenar e/ou doar para Bancos de Leite Humano.

Mães que têm mais leite do que o filho precisa podem amamentar algum filho de alguma amiga que esteja precisando? O que posso fazer com o meu leite excedente?

Elas nunca devem amamentar outro bebê, nem deixar seus bebês serem amamentados por outras mães, ainda que sejam suas irmãs, primas, melhores amigas. É contraindicada a amamentação cruzada (como é conhecida a prática de mães que amamentam filhos de outras que apresentam alguma dificuldade com o aleitamento), pois muitos micro-organismos podem ser transmitidos pelo leite materno, inclusive o HIV. Sendo assim, para essas mães que têm muita produção de leite (mais do que seu bebê precisa), uma boa opção é serem doadoras de leite humano.

Doe somente para Bancos de Leite Humano. Neles, o leite doado é pasteurizado e existe todo um controle de qualidade em todas as etapas do seu processamento, para que este seja um alimento funcional e seguro para os recém-nascidos de baixo peso, prematuros ou com alguma patologia crônica que estão internados em UTI's. Para mais informações sobre doação de leite humano e orientação sobre amamentação, ligue para o Banco de Leite Humano do IFF: 0800 26 88 77. Com informações da Agência Brasil.

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