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Dieta mediterrânea pode prevenir degeneração macular, diz estudo

Ao longo dos anos, estudos têm demonstrado os efeitos benéficos da alimentação sobre a longevidade e a saúde

Dieta mediterrânea pode prevenir
degeneração macular, diz estudo
Notícias ao Minuto Brasil

13:06 - 18/02/17 por Notícias Ao Minuto

Lifestyle Nutrição

A dieta mediterrânea é um modelo nutricional inspirado nos padrões alimentares adotados em países como Itália e Grécia. Os alimentos tradicionalmente mais consumidos incluem cereais, frutas, legumes, azeite, peixes e nozes. Carne e derivados de leite são consumidos em pouca quantidade. Já o vinho e o suco de uva integral são altamente recomendados, mas em doses moderadas.

Ao longo dos anos, estudos têm demonstrado os efeitos benéficos sobre a longevidade e a saúde. Existem variantes dessa dieta, ainda pouco estudadas, que são contribuições de outros países banhados pelo Mediterrâneo, como França, Espanha, Portugal, Marrocos, Turquia etc. Tudo vai depender da produção agrícola e de fatores culturais e religiosos. Estudo realizado em Coimbra, Portugal, revelou que esse tipo de alimentação pode efetivamente reduzir o risco de degeneração macular relacionada à idade (DMRI).

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Mais de 880 portugueses com idade superior a 55 anos foram avaliados no projeto “Eye Study Coimbra”, sendo que os pesquisadores encontraram menor incidência de DMRI entre aqueles que se alimentavam mais de legumes, frutas, peixes e verduras. O elemento surpresa da pesquisa se refere ao café. Além de descobrirem o lado benéfico e preventivo das vitaminas C, E e do betacaroteno, também perceberam que a cafeína torna as pessoas menos propensas à degeneração macular – doença que é uma das principais causas da perda de visão depois dos 50 anos.

De acordo com o oftalmologista brasileiro Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, a DMRI pode ser classificada em dois tipos: não-exudativo ou seco (90%) e exudativo (10%). Na forma exudativa, vasos sanguíneos anormais se formam sob a mácula – pequena área central da retina que é responsável pela percepção de detalhes. A doença acomete quase 30% dos pacientes acima dos 75 anos.

“Esta época do ano é ideal para fazer mudanças fundamentais nos hábitos alimentares, já que a exposição ao sol deixa as pessoas mais alegres, vaidosas e atentas à saúde e ao bem-estar físico. Sendo assim, é importante se comprometer com a diminuição da ingestão de carboidratos, alimentos gordurosos, carne vermelha, embutidos, açúcar e sal”.

Neves diz ainda que é fundamental acrescentar mais peixes às refeições, principalmente os enriquecidos de ômega 3, como salmão, atum, sardinha e bacalhau. “É importante se acostumar a comer mais frutas e saladas diariamente, já que aumentar a ingestão de vitaminas, minerais, proteínas saudáveis e luteína traz vários benefícios para a saúde ocular e para a saúde em geral.

Alimentos antioxidantes combatem o envelhecimento precoce e ainda doenças como degeneração macular, catarata e olho seco. Sendo assim, vale a pena ingerir mais frutas de várias cores e verduras de tonalidade verde-escuro (espinafre, couve e brócolis), já que contêm antioxidantes que protegem os olhos, reduzindo os danos provocados pelos radicais livres”.

Com relação à cafeína, o especialista atribui os achados ao fato de o café ter antioxidantes importantes, como o ácido clorogênico. Apesar de já ter sido comprovada a contribuição dos antioxidantes em relação à saúde, o médico acredita que são necessários mais estudos especificamente sobre o papel do café na saúde ocular. Já com relação ao vinho, Neves alerta:

“Por algum motivo, uma taça de vinho tinto por dia parece contribuir de fato com a saúde em geral. Talvez por sua ação antioxidante, através dos flavonoides e do resveratrol – polifenol encontrado no vinho tinto e que também está envolvido em estudos de prevenção contra alguns tipos de câncer. O fato é que, quando o paciente tem boa circulação e pressão sanguínea, a saúde ocular também é melhor. Mas nem por isso podemos sair indicando vinho para todo mundo. Afinal, se o paciente não conseguir se controlar e passar dos limites, poderá correr riscos desnecessários. O primeiro problema é o alcoolismo. Mas quem se excede no consumo de álcool também tem risco aumentado para hipertensão, níveis altos de triglicérides e colesterol ruim, danos ao fígado, obesidade, determinados tipos de câncer e complicações na saúde ocular”.

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