Conheça os riscos, sintomas e prevenção da flebite
Problema é mais comum do que se imagina e pode ser superficial ou profundo
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Pernas inchadas, doloridas, avermelhadas e aquecidas podem ser sinal de flebite (ou também conhecida como tromboflebite), inflamação na parede das veias, que ficam endurecidas devido à coagulação do sangue. É causada normalmente pelo fluxo do sangue mais lento, um dano local e mudanças na composição do sangue.
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O problema, mais comum do que se imagina, principalmente entre mulheres, pode ser dividido em dois tipos: superficial (veias visíveis), mais simples de ser tratada, pois requer medicamentos e repouso. A segunda, profunda, atinge o sistema venoso profundo, provoca sensação de peso nas pernas e dor, pode aparecer após cirurgias, entre fumantes, obesos, pessoas que ficam muito tempo em pé ou sentadas, maiores de 60 anos, portadores de câncer, pessoas com diagnóstico de varizes, gestantes e mulheres que usam anticoncepcionais. "Nas flebites superficiais não há músculos comprimindo as veias, que façam o trombo (coágulo) desprender-se, então elas raramente causam embolias. No entanto, o trombo pode migrar para o sistema profundo e provocar embolias à distância. A situação é, pois, mais grave nas flebites que acometem as veias profundas", alerta a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
O diagnóstico é eminentemente clínico, partindo dos sintomas e do exame físico. Alguns casos, contudo, podem exigir exames complementares a serem determinados pelo médico. "A ultrassonografia ajuda a diagnosticar os coágulos que bloqueiam o fluxo sanguíneo. Quando há uma tromboflebite superficial, ao apalpamento encontra-se uma corda dura por baixo da pele, é o sangue coagulado no interior da veia e, assim, o diagnóstico fica mais óbvio", comenta Dra. Aline.
É comum que a flebite desapareça espontaneamente, dentro de poucos dias, mas apenas se o paciente ficar de repouso com pernas e braços elevados e aplicar compressas mornas e úmidas nos locais atingidos. Embora a inflamação possa ceder mais rapidamente, pode levar semanas para que as sensações anormais das veias, inclusive a dor, desapareçam completamente. "Pode-se administrar analgésicos para aliviar a dor e anti-inflamatórios para diminuir a inflamação, além de meias elásticas e a indicação de caminhadas. Em alguns casos, os anticoagulantes podem ser recomendáveis, para impedir ou deter a formação de trombos", recomenda a cirurgiã vascular. Determinados casos podem necessitar de exames complementares, como o Ultrassom Doppler Colorido ou Duplex Scan.
Em casos graves de trombose profunda, onde existe alto risco, pode estar indicado uso de trombolíticos (medicações injetadas diretamente por um catéter na veia para desfazer o trombo), ou a colocação de filtros de veia cava (geralmente temporários) quando há alto risco de embolia pulmonar.
Dicas de prevenção:
1. Cuidado com viagens prolongadas, seja de avião ou carro. De duas em duas horas, movimente-se para melhorar a circulação.
2. No trabalho, ou em casa, não permaneça muito tempo na mesma posição. Movimente as pernas e intercale com a utilização de um apoio para mantê-las elevadas.
3. Lembre-se que hidratação é fundamental porque facilita a desagregação plaquetária e pode evitar a formação de trombos.
4. Vista roupas confortáveis, que não apertam, principalmente nos braços e pernas.
5. Tente eliminar os fatores de risco, como o tabagismo, sedentarismo, obesidade e faça caminhadas.
6. O excesso de sódio não é só contraindicado em pessoas com hipertensão arterial. Também favorece a retenção de líquidos, obrigando o coração, o fígado e os rins a trabalharem acima das suas possibilidades, aumentando problemas circulatórios. As ervas aromáticas são excelentes substitutas do sal.
7. Prefira as gorduras poli-insaturadas que, ao contrário das saturadas, presentes nos laticínios e nas carnes vermelhas, podem reduzir a viscosidade do sangue, favorecendo a fluidez da corrente sanguínea. São importantes para regular a pressão arterial, a vasodilatação e a coagulação.
8. Fuja do calor. O calor excessivo ou muito prolongado propicia a vasodilatação, o que, por sua vez, pode originar inchaço, sensação de peso, cansaço e dor.
9. Não abuse das conservas, sopas de pacote, molhos, bolachas, enchidos, queijos curados, carnes e peixes salgados ou fumados e pré-cozidos.
10. Cuidados com bebidas alcoólicas e com cafeína, porque elas podem elevar a pressão arterial.
Quanto mais fatores de risco, maior será o isco. Se você apresentar um ou mais fatores de risco, não se esqueça de conversar com seu médico antes de longos períodos de inatividade, como após uma cirurgia ou durante um longo voo ou uma viagem de carro.