Masturbação infantil: como agir quando seu filho começa a se tocar?
O comportamento não deve ser reprimido e muito menos motivo para castigos.
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Surpresa para muitos pais, a masturbação infantil é um comportamento comum e normal. Especialistas afirmam que ela é, inclusive, saudável e importante para a descoberta do próprio corpo por parte das crianças, afirma a psicopedagoga Maíra Scombatti, ouvida pelo Delas IG. Para ela, o comportamento não deve ser reprimido e muito menos motivo para castigos.
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Apesar do termo ser o mesmo ao aplicado aos adultos, a masturbação na infância não tem a ver com prazer sexual nem com orgasmos, mas como forma de descoberta e exploração do próprio corpo. Como ela não entende o significado do ato, ela muitas vezes faz em locais públicos, como na escola, ou em frente aos pais. Quando isso acontece, os pais não devem repreendê-la, como se ela estivesse fazendo algo errado, mas dialogar e explicar de forma coerente com a idade da criança, tomando muito cuidado para não reforçar estereótipos, como o de que meninas são puras e não podem fazer isso enquanto meninos devem reforçar sua sexualidade.
"Os pais podem orientar que esse tipo de toque é algo íntimo e dizer que ela pode tocar o próprio corpo, sim, mas em ambientes e momentos adequados”, orienta Maíra. Este assunto já pode ser explicado a partir dos quatro anos. A criança precisa entender que não deve se tocar desta forma em ambientes públicos, pois é uma coisa íntima, apenas dela. Os pais precisam ter paciência, pois nem sempre elas irão compreender rapidamente as noções de ambiente público e privado. “A repetição das explicações com tranquilidade ajuda neste processo de aprendizagem”, diz Maíra.
Como a masturbação infantil faz parte do processo de desenvolvimento da criança, os pais devem abordá-lo com naturalidade e quebrar o tabu de que a sexualidade não pode ser discutida dentro de casa. Quando a masturbação acontece de forma excessiva e a criança demonstra ansiedade ou angústia, ou deixa de fazer atividades prazerosas para se tocar, os pais precisam dar mais atenção. “Com acolhimento e sem adotar posturas repressoras, podem observar questões como: em quais momentos a masturbação acontece? A criança está se sentindo pressionada por alguma situação? Como está sua socialização?”, aconselha Maíra.
Caso a criança chegue em casa comentando que tocou em um coleguinha da escola, é preciso explicar a noção de consenso e a importância disso. "Mesmo quando eu quero fazer um carinho, preciso ver se a outra pessoa quer aquele carinho naquela hora e daquele jeito”, orienta a especialista. Ela deve ser informada de que deve, sempre, informar os pais se alguém tocar o corpo dela sem consentimento, para evitar que ela seja tocada de forma abusiva por um adulto.