Reincidência do câncer de mama reduz em 94% com nova terapia
Resultados do estudo Aphinity, apresentados no maior congresso de oncologia do mundo, comprovam eficácia de nova forma de tratar o tipo mais agressivo da doença ainda na fase inicial
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Novas perspectivas para o tratamento do câncer de mama em fase inicial acabam de ser apresentadas no ASCO, principal congresso global de oncologia, liderado pela American Society of Clinical Oncology, e publicadas no New England Journal of Medicine, renomada revista científica interncional. O estudo de fase III APHINITY observou a combinação terapêutica de dois medicamentos já aprovados no Brasil – pertuzumabe e trastuzumabe. Em três anos do estudo, 94,1%1 das pessoas tratadas com o regime à base de pertuzumabe não apresentaram retorno do câncer de mama. O perfil de segurança da combinação foi consistente com o observado em estudos prévios.
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Com base nos dados disponíveis no momento da análise primária, uma estimativa de sobrevida livre de doença invasiva (iDFS), em quatro anos, mostrou que 92,3% das pessoas tratadas com pertuzumabe e traztuzumabe não apresentaram sinais de recidiva do câncer de mama, demonstrando a eficácia do tratamento a longo prazo. O estudo APHINITY foi realizado com mais de 4.800 pacientes em todo o mundo e alcançou redução importante do risco do retorno da doença ou morte em 19%, evitando assim a evolução do tumor para a fase metastática.
Segundo Lenio Alvarenga, diretor médico da Roche Farma Brasil, o objetivo do tratamento adjuvante – iniciado sempre após cirurgia para retirada do tumor - é ajudar as pacientes com câncer de mama a terem melhores chances para a cura. “APHINITY representa mais um exemplo da importância da pesquisa clínica e o avanço nos cuidados da paciente oncológica. O esquema terapêutico com a adição de pertuzumabe melhorou ainda mais os resultados já obtidos com trastuzumabe no câncer de mama inicial positivo para HER2. Há 10 anos, o tratamento para estas pacientes era totalmente diferente. Hoje, estamos muito mais próximos de mudar a realidade de milhares de mulheres que ainda sofrem, com a perda da possibilidade de cura, quando ocorre a recaída deste tipo agressivo do câncer”, afirma.
Com a publicação dos resultados do estudo, a combinação será submetida à aprovação da ANVISA. “Apesar de os medicamentos já estarem disponíveis no Brasil, é necessário que a agência regulatória aprove a nova indicação de uso combinado destas substâncias e, assim, para que mais mulheres tenham acesso ao tratamento”, destaca o diretor médico da Roche no Brasil.
A combinação de pertuzumabe e trastuzumabe já é considerada padrão ouro de tratamento para a fase metastática da doença pelas sociedades médicas internacionais e agências regulatórias, como FDA, nos EUA, e EMA, na Europa, devido ao claro benefício de extensão da sobrevida e evidências científicas robustas. No Brasil, a incorporação dessa combinação no Sistema Único de Saúde (SUS) para a fase avançada ainda está sob análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias – CONITEC, órgão do Ministério da Saúde.