4 esclarecimentos sobre cirurgias para o tratamento da dor crônica
Médico explica quando a neurocirurgia funcional pode ser aliada no tratamento da dor
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A dor é um sinal vital que nos avisa de que algo no organismo não está bem, nos dando condição de procurar por ajuda profissional. Caracterizada por uma experiência sensitiva e emocional desagradável, quando se torna crônica, compromete a qualidade de vida do indivíduo, com interferências no campo social e laborativo, muitas vezes de forma irreversível, pela perda de relacionamentos e empregos. Dentre as doenças que mais são incapacitantes nos aspectos da dor, encontram-se as reumatológicas, neuropáticas e de coluna.
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Tendo como base de tratamento uma atuação multiprofissional, envolvendo medicamentos e terapias físicas e mentais, nem sempre estes surtem o efeito desejado. Para esses casos, como explica o neurocirurgião especialista em dor pela UNIFESP, Dr. Claudio Fernandes Corrêa, a neurocirurgia funcional pode ser uma alternativa capaz de conter ou até cessar o quadro de dor, contribuindo para o resgate da qualidade de vida do paciente.
Mas, afinal, o que é a neurocirurgia funcional? Como ela pode ser aliada no tratamento da dor? Estas e outras questões o especialista explica em 4 itens a seguir.
1. Primeiro passo, diferenciar a atuação da neurologia da neurocirurgia: Apesar de ambas as especialidade estarem ligadas ao tratamento das doenças do sistema nervoso central, o profissional da neurologia atua na condução clínica do paciente, enquanto que o neurocirurgião tem seu foco de tratamento nos procedimentos operatórios. Os profissionais podem atuar de forma conjunta no tratamento de um mesmo paciente, antes e/ou depois do procedimento cirúrgico.
2. Identificando a neurocirurgia funcional: A neurocirurgia funcional, como o próprio nome remete, tem o objetivo de reintegração das funções do paciente para a sua inserção nas atividades sociais e laborativas, da melhor forma possível. Desta forma, ela atua devolvendo a capacidade de locomoção, movimento e diversos outros aspectos da funcionalidade do indivíduo.
3. Do que consistem as cirurgias para o tratamento da dor? Consistem de intervenções ablativas não reversíveis, com lesões de estruturas para a cessão da via transmissora da dor; técnicas neuromoduladoras minimamente invasivas, para implantes de bombas de infusão de drogas analgésicas ou ainda de implante de eletrodos ligados a geradores de corrente elétrica, para a modulação das vias geradoras de dor.
4. Percentual de resultados: Embora varie de acordo com a doença, perfil e intensidade da dor de cada paciente, os procedimentos cirúrgicos apresentam benefícios médios na ordem de 25 a 75% no quadro de dor, que podem ser melhorados com a continuidade dos demais tratamentos complementares.
O neurocirurgião salienta que as técnicas cirúrgicas deverão ser realizadas apenas após a ineficiência comprovada das demais terapias, seguindo os protocolos de indicação, com avaliação de custo-benefício para cada caso.