Brasil ocupa vanguarda em pesquisas sobre zika
Celina Turchi, uma das estudiosas mais influentes do mundo sobre o vírus, afirma que Brasil inaugurou literatura no assunto
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A resposta ao surto de microcefalia em bebês, provocado pelo zika, colocou a ciência brasileira na liderança mundial das pesquisas sobre o vírus. "A ciência brasileira avançou muito em pouco tempo. Agora, conhecemos o vírus e como ele age", disse a epidemiologista Celina Turchi, no 1º Simpósio Cabbio de Termas Atuais em Biotecnologia, no MCTIC.
Durante o evento, a epidemiologista destacou que os pesquisadores brasileiros tiveram que desbravar um novo campo do conhecimento, uma vez que a literatura sobre as infecções humanas por zika eram raras.
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Em 2016, Celina Turchi foi apontada como uma das dez cientistas mais importantes do mundo pela revista Nature e entre as cem personalidades mais influentes da Time por seu trabalho dedicado a comprovar a associação entre a microcefalia e a infecção pelo vírus, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco.
Celina afirma que há necessidade de esforço contínuo por parte da comunidade científica brasileira. "A microcefalia é a ponta do iceberg. Há um complexo de anomalias que não foram catalogadas. Espero que em um ou dois anos possamos ter respostas mais claras sobre a evolução para o quadro de microcefalia em neonatos. Por isso, temos que manter as pesquisas", defendeu.
Medicamento
O próximo passo da pesquisa brasileira é descobrir medicamentos capazes de inibir os efeitos do zika em gestantes e, consequentemente, nos embriões. Os primeiros testes com a cloroquina, uma das substâncias utilizadas, foram desenvolvidos por uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e apresentaram resultados animadores.
"Vimos que as crianças nascem com o vírus ainda ativo. Se a mãe tiver um sintoma de zika na gravidez e tratar com uma droga que bloqueia a replicação do vírus, podemos mitigar as lesões na criança. A cloroquina já tinha sido usada com insucesso na dengue em parte clínica, mas sempre funcionou para zika", enfatizou o professor do Departamento de Genética da UFRJ e especialista em genética molecular e de microorganismos, AmilcarTanuri. Portal Brasil, com informações do MCTIC