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O consumo prolongado de doses elevadas de vitamina B aumenta o risco de câncer de pulmão nos homens, triplicando ou quadruplicando nos fumantes, conclui um estudo divulgado hoje na publicação científica Journal of Clinical Oncology.
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A investigação foi conduzida por epidemiologistas de centros do câncer nos Estados Unidos e em Taiwan, que analisaram dados de mais de 77 mil doentes que participaram num estudo de longo prazo para avaliar a relação entre o risco de tumor e a ingestão de vitaminas e outros suplementos.
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O estudo agora publicado é o primeiro a debruçar-se sobre o risco de câncer do pulmão e os efeitos do consumo prolongado de doses elevadas de suplementos de vitamina B6 e B12, apresentados pela indústria como produtos que aumentam os níveis de energia e melhoram o metabolismo. A ingestão de vitamina B foi anteriormente associada à diminuição do risco de câncer.
A equipe de epidemiologistas baseou-se em informação sobre consumos de vitamina B reportada nos últimos dez anos por pessoas entre os 50 e os 76 anos, recrutadas no estado norte-americano de Washington.
Os cientistas levaram em conta diversas variáveis, como o histórico pessoal de fumante, de câncer ou doença crônica do pulmão, antecedentes familiares de câncer do pulmão, idade, raça, educação, tamanho corporal, consumo de bebidas alcoólicas e uso de medicamentos anti-inflamatórios.
"Os nossos dados mostram que tomar doses elevadas de B6 e B12 durante um longo período de tempo pode contribuir para a incidência do câncer do pulmão em homens fumadores", afirmou um dos epidemiologistas, Theodore Brasky, citado em comunicado pelo centro para o estudo do cancro na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos.
Os autores do artigo hoje publicado concluíram que o risco de câncer do pulmão é duas a quatro vezes superior nos homens que ingerem grandes quantidades de suplementos de vitamina B.
O risco triplica nos fumantes que tomaram, durante dez anos, mais de 20 miligramas diários de B6 e quadruplica nos que consumiram 55 microgramas de B12.
Um novo estudo pretende avaliar os efeitos do consumo de vitamina B em mulheres em pós-menopausa, sobre as quais uma recente investigação revelou que não existe risco elevado de câncer do pulmão.