Esperar ou não 12 semanas para contar sobre a gravidez?
Cerca de 70% dos abortos espontâneos acontecem por causa genética ou má-formação
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A gravidez é uma notícia muito aguardada por muitas pessoas, mas ainda há quem prefira esperar os três meses para contar para amigos e familiares e há quem não resista e já saia contando para as pessoas - pelo menos as mais próximas. Segundo especialistas, quanto maior a idade da mulher, maior o risco de abortamento na fase inicial: 10% para mulheres de até 30 anos, de 20% para as de até 35, de 40% acima dos 40 e aos 45 anos chega a 80%.
Segundo Wagner Hernandez, coordenador do departamento de ginecologia e obstetrícia do Hospital São Luiz, 70% dos abortos espontâneos acontecem por causa genética ou má-formação, que impedem o feto de se desenvolver normalmente. Apesar de a recomendação ser esperar passar as 12 semanas iniciais, o UOL compilou os prós e contras para ajudar mães e pais a tomar a decisão sobre a melhor hora de contar a grande novidade.
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Contras
Como o índice de abortamento nos três primeiros meses é alto, os profissionais recomendam não contar tão cedo. "Muitas vezes as mulheres têm dificuldade de lidar com a reação das pessoas caso isso aconteça", explica Hernandez.
Caso o aborto aconteça, os comentários costumam ser muito inadequados, como 'ainda bem que foi agora e não mais lá para frente' ou ainda 'logo você engravida de novo', uma vez que a barriga ainda não é muito aparente. "Algumas mulheres são tratadas como se o luto não fosse legítimo", explica a psicóloga Julieta Quayle, pesquisadora da USP que realizou pesquisa de doutorado sobre o tema.
Prós
O apoio é muito importante nesse período, principalmente porque muitas mulheres costumam enjoar muito e sentir muito mal estar.
O luto pela perda do feto é real e sério, segundo a psicóloga. O apoio de pessoas próximas pode ser crucial, pois um luto não resolvido pode se agravar levando à depressão.