Baixo consumo de vitamina K pode comprometer saúde cardíaca de jovens
Segundo estudo, falta do nutriente está associada a um aumento prejudicial do ventrículo esquerdo
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Um estudo recente da Medical College of Georgia na Universidade de Augusta, nos EUA, revelou que o baixo consumo de vitamina K – encontrada em alimentos como espinafre, repolho, alface e azeite – pode comprometer a saúde cardíaca de adolescentes.
“A vitamina K beneficia a saúde óssea, a circulação e é responsável pela síntese de fatores de coagulação, sendo essencial no processo de controle do sangramento de lesões. Mas até o momento, pouco se falou sobre a relação desta vitamina com o risco cardiovascular. Por isso, estudos como esse são fundamentais para demonstrar a importância de determinados alimentos ou nutrientes específicos tanto para a qualidade de vida da população, quanto para a prevenção de doenças”, afirma a Dra Daniela Gomes, nutróloga do Hospital do Coração (HCor).
Publicada pelo The Journal of Nutrition, a pesquisa norte-americana reuniu 766 adolescentes residentes nos EUA. Neste grupo, verificou-se que aqueles que consumiam menor quantidade de vitamina K1 – encontrada em alimentos como espinafre, repolho, alface e azeite –, apresentavam um risco até 3,3 vezes maior de desenvolver um aumento prejudicial do ventrículo esquerdo do que aqueles que ingeriam o nutriente com mais regularidade. “Vale lembrar que, apesar de a vitamina K1 (filoquinona, fitomenadiona e fitonadiona), ser a forma predominante de vitamina K na dieta americana, ela também está presente na mesa dos brasileiros. Por isso, os dados deste estudo podem contribuir também com a avaliação do estado de saúde dos nossos jovens”, afirma a Dra Daniela.
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Os pesquisadores da Medical College of Georgia afirmam que este é o primeiro estudo a explorar associações entre a vitamina K e a saúde cardíaca dos jovens. Segundo eles, embora ainda exista muito trabalho pela frente, suas descobertas poderão auxiliar o surgimento das primeiras intervenções capazes de possibilitar a obtenção da quantidade adequada de vitamina K1 para que os adolescentes possam contar tanto com um melhor desenvolvimento de seu sistema cardiovascular, quanto com a redução do risco de doenças no futuro. “Isso é fundamental, já que apenas 25% dos adolescentes que participaram desta pesquisa chegaram a apresentar níveis adequados de vitamina K no organismo”, revela a nutróloga do HCor.
Comida com K A Dra Daniela acrescenta que a vitamina K é uma vitamina lipossolúvel presente especialmente em gemas, óleos vegetais, leite e folhas verdes escuras. “A necessidade diária de vitamina K entre os adolescentes varia de 60 a 75mcg, enquanto entre os adultos de 90 a 120mcg. Por isso, é importante que os pais evitem dar leite desnatado aos filhos ou restrinjam alimentos que são fonte de gordura saudável. Afinal, isso pode levar à deficiência de vitamina K, assim como de outras vitaminas lipossolúveis importantes, como A e D”, alerta, ressaltando que alguns dos alimentos mais ricos em vitamina K à disposição no país são: brócolis, acelga, alface americana, rúcula, repolho verde, salsa, espinafre, manjericão, couve, cebolinha, couve de Bruxelas, aspargo, grãos de soja, óleo de oliva e ameixas secas.