No século 17, uma teoria provada pela medicina da época, acreditava que a água era ruim para a saúde porque deixava os poros abertos e o corpo mais vulnerável às doenças.
O rei Luís XIV da França foi um dos adeptos desse (mau) hábito e só tomava banho quando o médico mandava. No dia a dia ele se limpava apenas com um pano com água, álcool ou até mesmo saliva.
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Ele ficou conhecido, entre outros feitos, como um dos reis mais sujos da história da França. Luis XIV teve inúmeras doenças: escarlatina e sarampo quando criança ; blenorragia (gonorreia) e sarna quando adolescente; febre tifoide, fortes enxaquecas, dores no estômago, crise de gota e fístula anorretal quando adulto. Para completar o quadro, tinha todos os dentes inferiores estragados e um único dente superior.
Acredita-se que Luis XIV deva ter tomado de 2 a 5 banhos ”inteiros” durante os seus 77 anos de reinado (morreu em 1715, de gangrena nas pernas).
Hora (mês) do banho
O banho completo, como nós conhecemos, era realizado pela corte uma vez por ano e olhe lá. E quando ocorria, toda a família tomava banho no mesmo dia e usando o mesmo barril de água.
A ordem para o banho era a seguinte: primeiro o pai, depois a mãe, em seguida os filhos, sempre do mais velho para o mais jovem. O último, provavelmente, já pegava uma água no mínimo turva.
Nesta época, também não existia escova nem pasta de dente. As pessoas faziam a higiene bucal com água e um pedaço de pano. A população também fazia uso de ervas para amenizar o mau hálito e depois enxaguava a boca com água gelada para liberar o muco.
Com relação às roupas, as pessoas só as trocavam quando elas já estavam infestadas de pulga, traça e percevejo. E caso fosse trocada a roupa, não era necessário o tomar banho. Em resumo: para ser considerado limpo no século 17, bastava lavar as mãos e o rosto e pronto.
Necessidades fisiológicas
As necessidades fisiológicas era feitas em penicos que ficavam no quarto das pessoas e os resíduos eram constantemente despejados pela janela. A limpeza íntima era feita com folha de sabugo de milho ou feita com a própria mão.
Para completar, foi realizado um decreto em 1715, instituindo que as fezes deviam ser recolhidas uma vez por semana.
Toda essa falta de higiene ajudou a propagar a epidemia da peste bubônica (ou peste negra) pela Europa, dizimando 1/3 da população do continente.