Patricia Bonaldi aposta em maximalismo para imagem de mulher nômade
O maximalismo da designer e a ideia de misturar referências foi também o que fez o estilista Alessandro Michele, da grife italiana Gucci
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Lifestyle SPFW
A PatBo cresceu e mudou desde que a marca da estilista Patricia Bonaldi surgiu como uma alternativa jovem à moda festa mineira. Sua cliente, antes menina, hoje é adulta. É assim que a estilista enxerga a evolução de sua marca ao longo dos anos, quase quatro desde que estreou na programação da São Paulo Fashion Week.
"Percebi que minha cliente é nômade", diz Bonaldi, que viaja recolhendo referências por onde passa, empilhando tecidos, bordados, jacquards, memórias e experiências.
Para seu desfile, que acontece nesta segunda-feira (23), imaginou uma inglesa viajando de Londres à Ásia no Expresso do Oriente. Os tons sóbrios e os xadrezes em tons esmaecidos de verde e rosa ganham corpo quando essa mulher chega ao destino, descobrindo novas texturas, bordados e culturas.
O maximalismo da designer e a ideia de misturar referências foi também o que fez o estilista Alessandro Michele ter tanto sucesso na grife italiana Gucci. Coincidentemente, as duas marcas começaram a ver moda da mesma maneira quase ao mesmo tempo.
Diferentemente da opulência ostensiva dos anos 1980, esse movimento fala mais sobre a riqueza de processos e de suas misturas.
"O conceito de rico, para mim, é como trabalhamos o tecido, como fazemos cada jacquard, cada bordado. Não somos maximalistas para mostrar riqueza, mas porque amamos cada uma dessas etapas", explica a estilista.
A PatBo mantém o universo de sonho pelo qual ficou famosa, adicionando referências a cada coleção. "Renovar o guarda-roupa de seis em seis meses não funciona quando falamos de um produto de luxo. As minhas peças, apesar de maximalistas, são para a vida toda."
Além das peças mais trabalhadas, a marca mineira também se especializou em uma alfaiataria relaxada, afastada do corpo e com toques esportivos que complementa bem as peças rebuscadas da coleção. Para este inverno, os plissados decoram saias na altura da canela e camisas com mangas amplas, além de vestidos mais leves e esvoaçantes.
Sobre as vendas, Bonaldi explica que sua cliente parou de ir até sua loja apenas buscando uma roupa de festa. Essa mulher, que conheceu a marca pelos bordados opulentos, hoje volta para comprar peças para o dia a dia.
"Muitas delas vêm apenas para entender a história que estamos contando naquela coleção", explica. Com informaçõe da Folhapress.