EUA se posiciona contra resolução da OMS em favor da amamentação
Organização defende que o aleitamento materno seja realizado de forma exclusiva até os 6 meses
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A delegação dos EUA se posicionou contra a aprovação de uma resolução da Organização Mundial da Saúde (OMS) que incentiva a amamentação materna, na última assembléia geral realizada em maio, e ameaçou impor sanções comerciais às nações que apoiassem a medida. O posicionamento gerou surpresa entre os participantes por ser contrário a recomendação dos estudos científicos mais recentes e atender aos interesses dos fabricantes de fórmulas infantis.
A OMS recomenda que o aleitamento materno seja realizado de forma exclusiva aos bebês até os 6 meses de idade e continue sendo a principal fonte de alimento, com alimentação complementar, até 1 ano - e que o aleitamento seja realizado até o mínimo de 2 anos, por ser o mais saudável à criança. Por esta razão, o texto apresentado na assembleia recomenda que os governos limitem a publicidade de fórmulas e alimentos que visam substituir o aleitamento. A resolução solicita ainda que os governos "protejam, promovam e apoiem a amamentação".
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Após as ameaças não surtirem efeito, os diplomatas tentaram dissuadir o país autor da medida, Equador, ameaçando retirar ajuda militar e impor sanções comerciais. Segundo o jornal O Globo, países da África e América Latina também foram ameaçados. A Rússia passou a conduzir a discussão e fez os americanos desistirem da estratégia de intimidação.
"O que aconteceu foi o mesmo que chantagem, com os EUA mantendo o mundo como refém e tentando derrubar quase 40 anos de consenso sobre a melhor maneira de proteger a saúde de bebês e crianças pequenas", declarou Patti Rundall, diretora de política do grupo britânico Baby Milk Action, favorável à amamentação.
Ainda segundo o jornal 'O Globo', a indústria de alimentos para bebês movimenta US$ 70 bilhões por ano e as maiores corporações são americanas e europeias. Estima-se que o crescimento do setor em 2018 será de 4%, impulsionado pelo aumento das vendas nos países em desenvolvimento.