Nem todo terçol é igual. Especialista ensina diferença e cuidados
Oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, dá dicas
© iStock (Foto ilustrativa)
Lifestyle Saúde
Quando surge uma bolinha no olho, geralmente na parte externa da pálpebra, muita gente acredita que ela desaparece sozinha depois de alguns dias. Outros, mais ansiosos, vão logo tentando espremer como se fosse uma espinha. Mas, de acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, as duas atitudes estão erradas.
“A primeira coisa a fazer é observar as condições da vista acometida pelo cisto e jamais espremer – para não provocar a ruptura da cápsula e acabar causando uma inflamação mais intensa no local. Os olhos estão entre as partes do corpo mais sensíveis. A menor irritação pode provocar dor e um desconforto sem tamanho para o paciente. Por isso, é importante checar bem as condições gerais e buscar ajuda especializada”.
Neves explica que nem todo terçol é igual. Sendo assim, para cada problema há uma solução. Os mais comuns são hordéolo, calázio, cisto de Moll e ceratose seborreica. Para cada diagnóstico, um tratamento – que pode ser desde compressas de água morna, para aliviar a dor e a inflamação, até microcirurgias. Abaixo, o médico explica as formações de cistos oculares mais comuns e suas formas de tratamento.
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Hordéolo – “O hordéolo é resultado de uma infecção bacteriana, que forma um abscesso geralmente localizado na base da pálpebra. O terçol, nesse caso, vai ficando avermelhado, inchado e dolorido – podendo durar entre um e três dias, quando ele é naturalmente drenado e desaparece. Compressas feitas com algodão embebido em água morna e limpeza apropriada são suficientes para tratar o problema. Mas é preciso ficar atento. Se o terçol persistir por mais tempo, é necessário buscar acompanhamento médico e, muito provavelmente, entrar com um tratamento à base de antibióticos”.
Calázio – “O calázio, ou cisto meibomiano, é um nódulo duro, liso e geralmente indolor que surge na pálpebra. Pode ser resultado de uma infecção em outro órgão e tende a desaparecer em até três meses se o paciente fizer compressas quentes e massagear o local com pomada anti-inflamatória. Caso o quadro persista por mais tempo, ou o cisto aumente consideravelmente de tamanho, o médico poderá optar por retirar cirurgicamente com anestesia local”.
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Cisto de Moll – “Esse tipo de cisto é praticamente transparente e contém um líquido em seu interior. Ele não cresce, mas, por incomodar bastante o paciente, o oftalmologista geralmente o remove sob anestesia local, esvaziando primeiramente seu conteúdo e depois removendo o tecido externo. O procedimento é considerado simples e eficaz”.
Ceratose seborreica – “Esse é um problema recorrente a partir da meia-idade e se multiplica com o passar do tempo. Trata-se de um tumor benigno da pele com formas arredondadas, consistência mole, de coloração marrom ou negra, parecendo verrugas. Apesar de não representar risco ao paciente, caso esteja incomodando a visão poderá ser removida através de uma pequena incisão, com anestesia local”.
Renato Neves afirma, ainda, que todo terçol deve ser bem examinado e removido quando necessário. “Não só para interromper o ciclo de dor e incômodo, como para prevenir a progressão da doença e zelar pela boa aparência do paciente. Devemos levar em consideração, sempre, que também pode se tratar de um tumor maligno. Por isso, é muito importante que o paciente agende uma consulta com um oftalmologista caso o cisto persista por mais de três ou quatro dias”.
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