'Arrumadinha', barca de hambúrguer é nova moda entre paulistanos
Lanche, batata e molho são dispostos de forma a não entrarem em contato um com o outro, apartados na embalagem
© Reprodução / Delivery Direto
Lifestyle Comida
Uma nova onda tem chegado à mesa dos paulistanos, principalmente na periferia da capital. No embalo do sushi, açaí e até dos docinhos e salgados, a moda agora são os hambúrgueres em barcas. Mais do que o sabor dos lanches, que continua o mesmo daqueles servidos no passado, o que caiu no gosto popular foi a apresentação da comida.
Quem não deseja ver tudo misturado tem optado pela barca, porque a comida chega separadinha na travessa em forma de embarcação. Lanche, batata e molho são dispostos de forma a não entrarem em contato um com o outro, apartados na embalagem.
Mas não é só a delimitação rígida do espaço que tem feito as pessoas optarem pelas barcas. "Em um primeiro momento, o custo benefício foi o que me chamou a atenção. Vem completa, com lanche, bebida, acompanhamento, e o preço sai mais em conta do que se fosse comprar tudo separado", afirma a auxiliar administrativo Fabiana Freitas Laginestra, 36, entusiasta das barcas.
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Segundo Fabiana, que é moradora do Parque Novo Mundo (zona norte), o prato completo custa R$ 39 e serve bem duas pessoas –em algumas lanchonetes, um simples hambúrguer chega a custar R$ 25. "Peço uma barca que vem com batata e anéis de cebola, além do lanche, molhos e refrigerante. Tem bastante bacon por cima e eu acho bem gostoso", diz. "Outro dia, meu filho adolescente e minha mãe nem conseguiram terminar a que pedi para eles, de tanta coisa", afirma.
O vendedor Pedro Silvestre, 19, pediu uma barca com três lanches, batata frita, calabresa, cheddar e bacon em uma sexta-feira à noite. A refeição completa seria dividida com sua namorada, na casa de Silvestre. "Tenho preguiça e peço porque mata a fome para valer. É pela comodidade. Pizza já era", disse o jovem.
Barca dos sonhos A chef Thays Bordezani, 29, enxergou na barca de hambúrguer uma maneira de acabar com o marasmo e levar longe seu sonho de empreendedorismo. "Sempre estive envolvida com comércio. Mas queria muito algo que envolvesse a barca", diz ela, que é ex-bancária.
Foi assim que ela se lançou no ramo, na metade do ano passado, abrindo uma lanchonete, a Barca Burguer, na Casa Verde (zona norte). O destaque é a barca, com sanduíche, batata e refrigerante. A versão para uma pessoa sai por R$ 31 e a para duas custa R$ 40.
O irmão de Thays estava na República Dominicana, trabalhando de frente para o mar, e colaborou na elaboração do logo, que junta as letras "a" e "u" das palavras barca e burguer para formar uma pequena embarcação.
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O negócio caiu no gosto dos clientes e hoje ela faz a festa, com muito trabalho. Chega a vender entre 50 e 70 barcas ao dia. "É a garagem da minha casa, é um espaço pequeno ainda, mas tenho certeza de que vai crescer bastante", afirma. Além dos sanduíches, também sai muito a de açaí. "Vai até com pedido de namoro."
A dona de casa Ingrid Oliveira, 28, até fez amizade na lanchonete onde costuma pedir a barca de hambúrguer, de tão fiel que se tornou ao modelo. "Na barca, a impressão é de que a comida fica mais sofisticada, bonita. Tenho um bebezinho e ele gosta de ver", afirma. "Vem todo arrumadinho, nos compartimentos", afirma a moradora do Imirim (zona norte).
Segundo Ingrid, o sanduíche servido na barca atrai quem sempre amou lanches. "Gosto com lanche de pernil. Tem um que eles fazem no pão, com costela, que também é muito bom", diz.
A barca virou uma segunda fonte de renda para a projetista Renata Cirino Soares Bezerra, 32. Ela trabalha com o marido na marcenaria da família, que tem enfrentado dificuldades na crise. Resolveram também apostar em uma lanchonete.
"Já tinha barcas de açaí e doces, então tivemos a ideia de oferecer a de lanches", afirma Renata, que atende a região do Jardim Brasil.
Apesar de o lanche ser a base principal da barca, há outras alternativas. "Muitas vezes, vem a família inteira e alguém não gosta do lanche, então substituímos por nuggets de frango", afirma. Com informações da Folhapress.