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O sono é um processo ativo que o cérebro utiliza para proceder a tarefas muito importantes. Mas quais? Maria Laureano, Pedopsiquiatra da UPPC, destaca a promoção de processos anabólicos, a produção hormonal, a termorregulação central, a 'desintoxicação' cerebral e a consolidação da memória nos processos de aprendizagem. Para além disso, promove a autorregulação dos comportamentos e das emoções, e é o substrato dos sonhos. Veja também quantas horas devemos dormir.
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O sono se altera ao longo do desenvolvimento na infância e na adolescência. Segundo dados da Fundação Americana do Sono (em inglês National Sleep Foundation), as necessidades de sono diminuem ao longo do crescimento: os recém-nascidos (0-2 meses) necessitam entre 12 e 18 horas de sono diárias; os bebês (3-11 meses) de 14 a 15 horas; as crianças (1-3 anos) de 12 a 14 horas; as crianças em idade pré-escolar (3-5 anos) de 11 a 13 horas; as crianças em idade escolar (6-10 anos) de 10 a 11 horas; e os adolescentes (10-17 anos) de 8,5 a 9,25 horas. Já adultos precisam de 7 a 8 horas de sono diárias.
A evidência científica demonstra que alterações na quantidade e na qualidade do sono têm impacto nas funções cognitivas, emocionais e, de forma geral, nas funções psicológicas do indivíduo, independentemente da idade.
Um dos elementos mais importantes para um sono saudável é ter um horário regular para deitar e acordar. O estabelecimento desta rotina otimiza a 'ter sono sempre à mesma hora', assim como ajuda a regularizar o ritmo circadiano de cada indivíduo.
Outra dica importante para um sono saudável é respeitar as necessidades individuais de cada criança, pois apesar de existir um número médio de horas necessárias para cada faixa etária durante o crescimento, cada criança pode dar pistas que sugerem que o filho não está dormindo o suficiente. Alguns desses sinais são a dificuldade em acordar de manhã e/ou dormir mais ao fim de semana e durante as férias do que durante a semana.
Como apostar na qualidade de sono através da Higiene do Sono
A Higiene do Sono corresponde a um conjunto de recomendações comportamentais que têm grande impacto positivo no sono:
- Ir para a cama e dormir sempre à mesma hora;
- Dormir sozinho/a na cama;
- Não fazer sestas antes de dormir, nem consumir produtos com cafeína horas antes de dormir;
- Ter uma rotina prévia ao deitar que permita ao organismo diminuir a agitação: evitar luzes brancas, não utilizar dispositivos digitais tecnológicos entre 30 a 60 minutos antes de deitar, procurar atividades relaxantes como ler uma história às crianças, ou sugerir aos mais crescidos que leiam um livro;
- Não ter televisão no quarto;
- Evitar que a criança adormeça noutro local que não a sua cama, situação que obriga o pai ou a mãe a transportar a criança durante o sono;
- Acordar e levantar da cama diariamente à mesma hora;
- Evitar que as crianças e os adolescentes utilizem a cama durante o dia para atividades que não sejam dormir. É comum, em particular nos adolescentes, tentarem passar o tempo disponível no quarto em cima da cama vendo séries, jogando no computador ou celular, ou utilizando as redes sociais. Assim, não haverá clara noção que aquele espaço serve para dormir e descansar.