Estudo sugere 'dieta universal' para salvar o planeta
Relatório pede redução de açúcares e carne vermelha
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Lifestyle Alimentação
Um estudo conduzido pela organização EAT-Lancet comprovou que maus hábitos à mesa provocam mais riscos para a saúde do que tabaco, sexo sem proteção e álcool juntos.
O relatório aponta que, para salvar as pessoas e o planeta, deve-se dobrar o consumo de frutas, verduras, legumes e nozes, além de reduzir pela metade a ingestão de açúcares e carne vermelha até 2050. O estudo foi apresentado nesta quinta-feira (17), em Oslo, na Noruega, e publicado na revista científica Lancet.
A comissão de estudiosos, financiada pela Fundação EAT, do casal norueguês Petter e Gunhild Stordalen, reúne autores considerados dentre os mais renomados da nutrição e da sustentabilidade, desde o professor de Harvard Walter Willett ao inventor do "km zero" Tim Lang, provenientes de universidades de todo o mundo e de organizações como FAO e OMS.
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O objetivo da publicação é propor uma dieta saudável universal de referência, baseada em critérios científicos, para nutrir uma população mundial de 10 bilhões de pessoas em 2050 de modo sustentável, evitando a morte de mais de 11 milhões de indivíduos por ano por doenças ligadas a maus hábitos alimentares.
A proposta da comissão tem como referência a dieta mediterrânea, em sua versão usada na Grécia da metade do século passado, em um regime que prevê a ingestão de 2,5 mil quilocalorias por dia.
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Além de mudar o consumo, a comissão sugere ainda limites no uso de terra, água e nutrientes, para a produção de uma agricultura sustentável. Para atingir esses resultados, a pesquisa indica uma variedade de áreas de intervenção, envolvendo governos, indústrias e sociedade. Entretanto, segundo a Associação Europeia dos Transformadores de Carne (Clitravi), o estudo da Lancet propõe velhos argumentos antizootecnia e distorce dados para fins ideológicos. "Um voo de ida e volta de Roma a Bruxelas gera emissões mais elevadas que o consumo anual de carne de uma pessoa", diz a Clitravi. Segundo a associação, a EAT ignora o impacto ambiental de outros setores. "Uma dieta equilibrada e exercícios físicos regulares podem fazer a diferença. Esperamos que a comissão perceba isso e veja todas as inovações em que o setor investe para reduzir o impacto ambiental", conclui a associação. (ANSA)