Vilão ou mocinho? Segredo do café é a quantidade
Bebida está presente em 98% dos lares no País e é a bebida mais consumida entre os brasileiros depois da água, segundo pesquisas
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Lifestyle Hábito
Paixão nacional, o cafezinho tem destaque no desjejum e segue acompanhando o dia a dia das pessoas, no trabalho e nas refeições seguintes. A bebida e seus efeitos no organismo, no entanto, são controversos. Há quem diga que o café aumenta a pressão arterial e os níveis de colesterol, e há quem o considere um protetor contra doenças cardiovasculares, além de estimulador do metabolismo.
A publicação Desmistificando Dúvidas Sobre a Alimentação, produzida pelo Ministério da Saúde junto com a Universidade Federal de Minas Gerais, destaca que "os efeitos do café no organismo derivam de substâncias bioativas como a cafeína, estimulante do sistema nervoso e do músculo cardíaco; ácidos clorogênicos, que possuem atividade anticancerígena e propriedades antioxidantes; e diterpenos, relacionados com o metabolismo lipídico".
Uma linha estudada trata da ação antioxidante do café, por ser uma das fontes dietéticas mais ricas de ácidos clorogênicos, um polinefol vegetal. Isso indica a inibição de inflamações e risco menor de doenças cardiovasculares e outras doenças inflamatórias. Mas o consumo em excesso, de mais de três xícaras por dia, em média, pode causar algum tipo de mal e estar a associado com pressão alta ou gerar ansiedade.
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É o que explica a nutricionista, barista e docente do Senac de São Paulo, Maria Carolina Lazzarini. "O café está associado a milhares de benefícios. É antioxidante, ajuda no emagrecimento, na prevenção de várias doenças e seu uso diário acaba ajudando em questões como stress e prevenção da doença de Alzheimer. A chave está na quantidade. No consumo sem exagero", afirma.
Segundo Lazzarini, a maneira como o café é produzido também afeta suas propriedades e, claro, o sabor. Entre os pecados estão deixar a água ferver, colocar pó demais (o recomendado é 10 gramas para cada 100ml) e fazer líquido demais e deixar esquentando na cafeteira ou guardado na garrafa térmica. O prazo limite para reaproveitar a bebida é de 30 minutos.
O livro já citado acima reforça esse ponto. "A relação entre o consumo de café e a elevação dos níveis séricos de colesterol, encontrados em alguns estudos, parece estar relacionada ao modo de preparo da bebida. Cafés turco ou fervido possuem maiores concentrações de cafestol, substância responsável pelo aumento dos níveis séricos de LDL-c, do que os cafés filtrados ou instantâneos".
Dicas
- Escalde o bule ou garrafa térmica pouco antes de fazer a bebida
- Filtro de papel deve ter o mesmo tamanho e forma do porta-filtros
- Prepare somente a quantidade de bebida que vai ser consumida imediatamente
- Se for utilizar coador de pano, lave somente com água
- Não compacte, nem aperte a camada de café no filtro
- A água deve ser pura e limpa, preferencialmente filtrada ou mineral
Tipos de preparo
Filtragem
É a forma de fazer o tradicional cafezinho, com o pó acondicionado em um filtro, de papel ou de pano, com adição de água quente não fervente por cima.
Percolação
Forma mais comum na Europa, o pó de café vai no centro de um equipamento moka que, na chama do fogão, ferve a água e pressiona o café líquido para um recipiente
Prensagem
Popular nos Estados Unidos, mas conhecido por prensa francesa, tem o pó de café misturado com água quente, que passa por um filtro e é pressionado por um êmbolo.
Pressão
O café expresso é moído na hora e vai em um filtro que sofre uma pressão de água a 90ºC e 9Kg de pressão durante 30 segundos, gerando uma bebida cremosa e aromática.