Tem mau hálito? Pode sofrer destas 9 condições (inclusive câncer)
Mais do que o odor desagradável, sabia que o mau hálito pode indicar que poderá estar a sofrer de várias doenças.
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Também conhecido como halitose, o problema ocorre sobretudo pela falta de higiene oral.
Porém, se você mantém uma boa higiene e o mau cheiro persiste, pode ser um alerta para outras condições, como uma inflamação.
Fique atento ao seu hálito e descubra se é de fato um indicador de que algo mais grave:
1. Gengivite e outras inflamações na via oral
Essas são as causas mais frequentes da halitose, e surgem como principal consequência da falta de higiene bucal. "A gengivite e outras inflamações na boca causam uma acumulação de bactérias, que atuam na área inflamada e em restos alimentares contidos na boca, provocando a libertação de gases com cheiro desagradável", diz o gastroenterologista Décio Chinzon, do Laboratório Pasteur, em Brasília, em declarações à publicação Minha Vida. O hálito provocado pelas inflamações da via oral exala um cheiro semelhante ao do enxofre, em decorrência dos resíduos deixados pelas bactérias.
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2. Doenças do aparelho digestivo
Doenças como gastrite por helicobacter pylori e refluxo gastroesofágico também geram o mau hálito. "Pode dar-se um retardamento no esvaziamento dos alimentos do estômago, que sofrem uma fermentação por ação de bactérias, libertando assim odores desagradáveis", explica o gastroenterologista Décio.
3. Doenças no trato respiratório superior
O gastroenterologista Guilherme Andrade, do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, explica à mesma publicação que entre 5 e 8% das causas de mau hálito se concentram em doenças do trato respiratório superior, como sinusite, rinite alérgica, amidalite e laringite. "O catarro gerado por essas doenças, juntamente com a ação das bactérias causadoras da inflamação, são responsáveis pelo mau hálito", diz.
4. Doenças no trato respiratório inferior
Enfermidades no trato respiratório inferior são aquelas que afetam a traqueia, pulmões, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares - um exemplo é a bronquite. "Essas doenças podem causar uma acumulação de secreções nos pulmões, servindo de alimento para as bactérias, que consequentemente produzem gases mal cheirosos", afirma o gastroenterologista Guilherme.
5. Diabetes
O endocrinologista Felipe Henning Gaia, do SalomãoZoppi Diagnósticos, em São Paulo, explica que a diabetes por si só não causa mau hálito. No entanto, a condição pode contribuir para a alteração no odor oral em duas circunstâncias. "Em pacientes com diabetes tipo 1 que parem de usar insulina, pode ocorrer o fenômeno de cetose (quando o pâncreas converte gorduras e ácidos graxos e corpos cetônicos), e o paciente pode apresentar o hálito cetônico, que se assemelha ao cheiro de maçã", afirma o especialista. Além disso, pacientes diabéticos podem sofrer uma proliferação bacteriana na cavidade oral, em resultado do descontrole glicêmico.
6. Doenças hepáticas
A insuficiência hepática e outros problemas que afetam o fígado, como a cirrose, podem causar diferentes tipos de mau hálito. No fígado ocorre a síntese das substâncias absorvidas pelo organismo, e o seu mau funcionamento compromete esse processo, dando-se a libertação dessas substâncias pelas vias aéreas, quando na verdade deveriam ser excretadas.
7. Doenças renais
"O mau funcionamento dos rins causado pela insuficiência pode levar a uma acumulação de ureia no organismo, que entra pelas vias aéreas e deixa um odor característico de amoníaco", alerta o gastroenterologista Guilherme. A doença renal crônica, quando já num estado avançado, pode causar hálito com cheiro de urina - por isso, qualquer alteração desse tipo deve chamar a atenção dos pacientes ou alertar pessoas para o diagnóstico.
8. Câncer no estômago
O câncer do estômago em estado avançado inicia um processo de putrefação do tecido canceroso, gerando o odor que passa pelas vias aéreas e causa um hálito fétido, do tecido necrosado que chega até a boca - é o chamado hálito necrótico. "Esse e outros tumores do sistema digestivo causam esse odor porque crescem de uma tal maneira que as células em volta começam a morrer, como se o câncer estivesse a apodrecer a região", alerta o gastroelterologista Guilherme. "Esse hálito pode ser dividido em cinco graus, sendo o grau um hálito brando, e o cinco um odor insuportável."
9. Insuficiência cardíaca
Para funcionar corretamente, o coração usa a glucose para obter energia e bombear o sangue para o corpo. Nos casos de insuficiência cardíaca, nos quais o coração está deficiente, este passa a quebrar ácidos graxos em vez da glucose, libertando os corpos cetônicos. Um estudo realizado no Instituto do Coração (Incor), pela Faculdade de Medicina e pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo, identificou que o nível de acetona exalado pelos pacientes cardíacos pode ser até 10 vezes maior do que nas pessoas saudáveis, dependendo da gravidade da doença.