Brasil desenvolve molécula para quem sofre de insuficiêcia cardíaca
Especialista explica quais as principais causas da patologia
© iStock
Lifestyle Condições
O estilo de vida moderno e nossos hábitos nem sempre saudáveis podem acabar deixando o coração em apuros. Quando cansado e sobrecarregado, o órgão não consegue mais trabalhar corretamente e acaba não dando conta do recado: é o que acontece nos casos de insuficiência cardíaca, quando o coração não consegue mais bombear o sangue como deveria. Os últimos dados levantados pela Associação Americana do Coração mostraram que em 2014 eram 6,5 milhões de casos de insuficiência no país, com a previsão de que esses casos crescerão 46% até 2030, chegando a atingir cerca de 8 milhões de pessoas.
+ HPV pode provocar ataques cardíacos, afirma pesquisa
O que sabemos da insuficiência cardíaca é que geralmente ela também está associada a outras doenças cardiovasculares. Os sintomas são confusos e surgem logo após o coração começa a falhar, aparecendo aleatoriamente e devagar: falta de ar, dificuldade para respirar, palpitações, fadiga, fraqueza, desmaios, pulso irregular, tosse, perda de apetite e dificuldade em se concentrar.
Segundo o cirurgião cardíaco e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Élcio Pires Júnior, a insuficiência cardíaca é uma doença grave e causa grandes impactos na vida do paciente. "Quando a insuficiência é diagnosticada, é importante que o paciente esteja ciente da sua seriedade, já que é necessário readequar o seu estilo de vida ao tratamento da doença, pois não tem cura", comenta o especialista.
Um recente estudo do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo desenvolveu uma molécula que pode aumentar a qualidade e a expectativa de vida de quem sofre com a insuficiência. A molécula foi testada em ratos que apresentavam a condição e, em apenas em seis semanas, a doença foi estabilizada e o quadro regrediu, aumentando a capacidade do coração se contrair. A melhora da contração do músculo cardíaco também foi apresentada quando a molécula foi testada em células cardíacas humanas.
Apesar da gravidade da doença, o cirurgião cardiovascular não recomenda que o paciente deixe de praticar atividades físicas. "Os exercícios são benéficos ao coração: relaxam os vasos e melhoram o fluxo sanguíneo, podendo ajudar as pessoas que sofrem com a doença. Desde que a consulta com o cardiologista esteja em dia, exercícios de baixo impacto são muito bem recomendados a esses pacientes, como a caminhada e o yoga", incentiva o médico.
Para evitar a insuficiência cardíaca, é preciso tomar vários cuidados com o organismo em geral. "A prevenção da insuficiência é a mesma para todas as outras doenças cardiovasculares. É preciso focar em uma boa alimentação, acompanhado de exercícios físicos diários, e deixar de lado todos os hábitos prejudiciais à saúde. Os principais fatores de risco para as complicações cardíacas são o tabagismo, o sedentarismo, maus hábitos alimentares, hipertensão, alto colesterol e diabetes desregulada", finaliza o cirurgião.