O presidente dos EUA, Barack Obama, fez, na quinta-feira (28), uma visita surpresa a uma igreja popular entre os exilados cubanos. "O Presidente está visitando a Igreja da Nossa Senhora da Caridade, em Miami, para mostrar respeitos aos cubano-norte-americanos que ali rezam", afirmou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Bernadette Meehan. A visita contém um duplo significado político.

A Igreja Católica, incluindo o Papa Francisco, está envolvida nos esforços para melhorar as relações entre Havana e Washington. Tanto que o Papa vai visitar a Casa Branca em setembro.

Entretanto, muitos cidadãos entre a população cubana emigrada em Miami, mais velhos e mais conservadores, que continuam a ter um papel na política eleitoral norte-americana, estão céticos com a decisão de Obama de restaurar as ligações com Cuba. A Casa Branca quer tranquilizá-los, garantindo que os motivos do Presidente são nobres.

Dentro do local, Obama apreciou um mural com as figuras pintadas de Jesus, Virgem Maria, Cristóvão Colombo e o herói nacional cubano Jose Marti. É uma "ação óbvia de (Obama) mostrar deferência para com a comunidade cubano-norte-americana, enquanto prossegue a sua controversa política de cativar o regime dos Castro", disse Sebastian Arcos, do Instituto de Investigação Cubana, da Universidade Internacional da Florida.