Presidente do Sudão é impedido por tribunal de sair da África do Sul
Omar Al-Bashir é acusado de crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio
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Mundo Detido
Um Tribunal sul-africano proibiu temporariamente o presidente do Sudão, Omar Al-Bashir, de sair do país. O Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu hoje (14) para que ele fosse detido em Joanesburgo.
Omar Al-Bashir está na África do Sul para participar de um encontro de dois dias da União Africana (UA), mas o Tribunal Penal Interncaional (TPI) apelou hoje para que ele fosse detido por conta de acusações de 2009 por crimes de guerra e contra a humanidade e, em 2010, por genocídio.
O presidente do TPI "apela à África do Sul, que sempre contribuiu para reforçar o Tribunal, para não poupar quaisquer esforços para assegurar a execução dos mandados" contra Al-Bashir.
As autoridades sul-africanas em Joanesburgo recusaram confirmar a chegada hoje de Al-Bashir para participar do encontro. No entanto, a televisão sul-africana afirmou que o presidente do Sudão foi saudado pelas autoridades sul-africanas e por diplomatas sudaneses.
A agência de notícias pública sudanesa também confirmou a visita. Desde que é procurado pelo TPI, Al-Bashir tem viajado maioritariamente para países que não se juntaram ao Tribunal.
O conflito do Darfur começou em 2003 quando rebeldes iniciaram uma campanha contra o governo de Al-Bashir, alegando que a zona era política e economicamente marginalizada. Mais de 300.000 pessoas morreram e cerca de 2,5 milhões foram forçadas a sair das suas casas devido ao conflito, segundo a ONU. Há anos que o Sudão está isolado a nível internacional.
Desde 1997, o Sudão é alvo de um embargo econômico norte-americano devido a alegadas violações dos direitos humanos e ligações ao terrorismo. Cartum deu abrigo ao líder da Al-Qaida, Usama bin Laden, durante cinco anos, no início dos anos 1990.
Em 2009, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura contra Al-Bashir por crimes de guerra e contra a humanidade no Darfur, região do oeste do país martirizada por um conflito étnico-cultural desde 2003.