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Pelo menos 120 feridos em manifestações no principal porto do Iraque

Numa declaração, esta entidade solicitou que o direito à manifestação pacífica fosse respeitado

Pelo menos 120 feridos em manifestações no principal porto do Iraque
Notícias ao Minuto Brasil

12:20 - 02/11/19 por Notícias Ao Minuto

Mundo Iraque

Pelo menos 120 pessoas ficaram hoje feridas em confrontos entre manifestantes e forças de segurança iraquianas no porto de Um Qasr, o principal do Iraque, na província de Basra, no Sul, encerrado nos últimos dois dias devido aos protestos.Segundo a Comissão de Direitos Humanos do Iraque, pública e independente, 120 pessoas ficaram feridas depois de as forças de segurança dispersarem os manifestantes com gás lacrimogéneo, lançado diretamente contra a multidão, e também com tiros reais.

Numa declaração, esta entidade solicitou que o direito à manifestação pacífica fosse respeitado, ao mesmo tempo que exigiu que os protestos fossem mantidos longe de instalações públicas, especialmente aquelas pelas quais passam "os principais recursos do povo iraquiano", numa referência aos bens e petróleo bruto que são exportados e importados através desse porto.

Os feridos foram transportados para hospitais da região, segundo a nota de imprensa.

Um membro da Comissão em Basora disse à agência espanhola Efe, sob anonimato, que outros manifestantes continuam a bloquear o porto de Um Qasr, tal como tem acontecido nos últimos dois dias.

Uma fonte de segurança citada por um órgão de comunicação social local referiu que o Comando das Forças Navais do Exército iraquiano cortou a estrada entre Basra e Um Qasr por temer que mais manifestantes de outras áreas chegassem ao porto.

Dezenas de camiões de transporte de mercadorias não conseguiram aceder ao porto e alguns dos funcionários não puderam deixar as instalações desde a noite passada, quando os confrontos entre manifestantes e forças de segurança foram mais violentos, referiu Bagdad al Youm.

Na sexta-feira, o Iraque registou o dia com mais manifestações mais massivas da passada semana na capital e em outras províncias do país, apesar das promessas de eleições antecipadas do presidente do Iraque, Barham Saleh.

O presidente do parlamento, Mohamed al Halbusi, anunciou hoje que a assembleia estará reunida em "sessão permanente" para executar as exigências dos manifestantes e da mais alta autoridade religiosa xiita do Iraque, o aiatola Ali al Sistani.

Na sexta-feira, o clérigo pediu às autoridades que ouvissem os pedidos do povo, que as milícias dos partidos políticos se mantivessem de fora dos protestos e que aqueles que usaram de violência contra os manifestantes sejam responsabilizados.

"Trabalhamos intensamente desde a noite para o povo e as suas exigências, sem pressão externa regional ou internacional, sem impor vontades pessoais ou partidárias, e para recuperar e restaurar a glória do Iraque e dar a esta geração a oportunidade de planear seu futuro", disse o chefe do parlamento iraquiano, num comunicado.

O Iraque tem sido palco de mobilizações civis desde o início de outubro e na semana passada os protestos foram reiniciados, especialmente em Bagdade e nas zonas do sul, para exigir melhores serviços, mais emprego e profundas reformas políticas e económicas.

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