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Igreja denuncia morte de mais de 80 civis desde início do mês no Congo

Os massacres são atribuídos ao grupo armado ugandês Forças Democráticas Aliadas, que desde 2014 matou centenas de pessoas na região

Igreja denuncia morte de mais de 80 civis desde início do mês no Congo
Notícias ao Minuto Brasil

22:30 - 25/11/19 por Notícias ao Minuto Brasil

Mundo RDCongo

A igreja católica na República Democrática do Congo (RDCongo) denunciou hoje o massacre de mais de 80 civis neste mês na cidade de Beni, leste do país, assim como a influência de "tropas estrangeiras" na província vizinha de Kivu-Sul. "Só em novembro, contamos mais de 80 mortos", afirmou a Conferência Episcopal Nacional do Congo (Cenco) num comunicado divulgado hoje, no qual acrescenta: "Sem contar com feridos graves e desaparecidos".

Os massacres são atribuídos ao grupo armado ugandês Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla inglesa), que desde 2014 matou centenas de pessoas na região.

A Cenco diz ter observado também que "tropas estrangeiras estão alimentando" confrontos em Minembwe, na província de Kivu-Sul.

De acordo com a organização eclesiástica, estas tropas "usam conflitos comunitários para combater em território congolês".

A região de Minembwe é, desde maio, palco de violência entre as comunidades banyamulenge, os pastores congoleses de ascendência ruandesa e de etnia tutsi, e os membros das comunidades congolesas de Bembe, Bafuliro e Bashi.

Nesse sentido, a Cenco apela à "restauração da autoridade do Estado" em Beni e Minembwe.

Na nota, a conferência episcopal felicita o exército da RDCongo e a missão das Nações Unidas no país, a MONUSCO, "pelos seus esforços notáveis na luta contra os inimigos da paz".

Durante o dia de hoje, a Presidência da RDCongo anunciou a realização de operações militares "conjuntas" com a MONUSCO em Beni.

Também esta segunda-feira, um escritório da ONU em Beni foi saqueado e parcialmente incendiado por manifestantes, que também levaram as chamas à sede do município.

Para os peritos, as movimentações das ADF são uma represália face às operações anunciadas pelas chefias militares contra as bases do grupo armado, em 30 de outubro.

O mandato da MONUSCO deverá ser renovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas até ao final do ano. A MONUSCO é uma das missões mais caras da ONU, com um orçamento de cerca de mil milhões de euros.

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