Jornalista é agredida na Chechênia por divulgar tortura de homossexuais
Yelena Milashina estava acompanhada da advogada Marina Dubrovina quando foram abordadas por um grupo de homens e mulheres
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Mundo Homofobia
Uma jornalista russa e uma advogada alegam ter sido agredidas em um hotel, na Grósnia, capital da Chechênia. A agressão acontece depois de a jornalista Yelena Milashina ter exposto o rapto e tortura de homens homossexuais.
As mulheres revelam ter sido abordadas por um grupo de homens e mulheres no átrio do hotel. As autoridades estão investigando o incidente, revelou a BBC, que cita o concelho dos direitos humanos.
No depoimento que prestou à polícia e que, segundo a mesma publicação, divulgou no Facebook, a jornalista revelou que não tem dúvidas de que o ataque é uma resposta à sua atividade profissional, uma vez que já tinha sido ameaçada pelas autoridades chechenas e pelo presidente da Chechênia, Ramzan Kadyrov.
“Claro que é um ataque organizado, é um ataque aos defensores dos direitos humanos, jornalistas e advogados que trabalham na Chechênia”, disse à estação de rádio Ekho Moskvy.
Após a agressão, as vítimas foram transportadas ao hospital e reportaram o incidente às autoridades. O ataque aconteceu pouco depois da meia-noite, esta quinta-feira (6), e foi filmado pelos atacantes.
Ativistas pelos direitos humanos defendem vítimas
O incidente já despertou reação de ativistas pelos direitos humanos e a intervenção da organização OSCE – Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
Close to midnight in Grozny, #Chechnya, human rights lawyer Marina Dubrovina and journalist Elena Milashina got attacked and beaten by mobsters. There is little doubt the attack was sponsored by local authorities. pic.twitter.com/mp6USE5iUW
— Tanya Lokshina (@TanyaLokshina) February 6, 2020
O presidente Kadyrov, que governa a Chechênia há 13 anos, é um forte aliado do presidente Vladimir Putin, e foi acusado por graves abusos de direitos humanos, incluindo rapto e tortura de oponentes e homossexuais.
Russian journalist Elena Milashina was viciously attacked last night in Chechnya by a group that reportedly filmed the assault on camera. Another disturbing case of Russian reporters paying dearly for exposing wrongdoing - Milashina was 1st to reveal Chechnya's gay purges in 2017 pic.twitter.com/j6bq6CPb4A
— Matthew Luxmoore (@mjluxmoore) February 7, 2020