Sobreviventes recordam tiroteio que matou 30 pessoas na Tailândia
Um militar disparou indiscriminadamente no interior de um centro comercial, onde se barricou durante 15 horas. Acabou por ser abatido pela polícia
© DR
Mundo Tailândia
Trinta pessoas morreram na Tailândia na sequência do ataque de um militar que disparou indiscriminadamente no interior de um centro comercial, onde se barricou com vários reféns durante mais de 15 horas. O homem acabou por ser abatido pela polícia.
Os habitantes da cidade de Nakhon Ratchasima, onde o ataque ocorreu reviveram os momentos que passaram no interior do local. Alguns barricaram-se nas casas de banho, esconderam-se debaixo de mesas e tentaram procurar freneticamente respostas no telemóvel.
Nattaya Nganiem, estava a sair do complexo do centro comercial de carro, quando ouviu tiros e viu uma mulher "a correr histérica". Viu um motociclista a largar a mota e a correr também.
Outra das pessoas que se encontravam no local, Diaw, viu o atacante matar um colega seu. "Estava a disparar para todo o lado, mas os tiros eram precisos", revelou, acrescentando que o homem apontava para a cabeça das vítimas.
No quarto andar do local, Chanathip Somsakul, de 33 anos, barricou-se nas casas de banho das mulheres, com dezenas de outras pessoas e usaram as portas dos cubículos para trancar a entrada. Conseguiram usar os telemóveis para tentar perceber o que se passava, mas havia tanta informação dispersa que ninguém sabia em que acreditar. "Toda a gente estava aterrorizada. Um amigo que trabalha no centro comercial estava a falar com um tipo na sala de videovigilância... foi-nos dando desenvolvimentos quanto à localização do atirador", explicou à AFP.
Quando a polícia chegou pelas 21h, saíram de forma ordeira, mas voltaram a começar a correr quando se voltaram a ouvir tiros.
Charlie Crowson, um professor de inglês na cidade, explicou à BBC, que havia "corpos nas ruas" na cidade normalmente pacífica. Uma das estudantes da sua namorada, também professora, foi morta no ataque.
Na morgue da cidade estava Natthawut Karnchanamethee a fazer o luto do seu filho de 13 anos. "É o meu único filho. Deixava-o fazer tudo o que queria, só queria que fosse boa pessoa", disse.
Segundo o primeiro-ministro tailandês, o militar de 32 anos, que publicou várias imagens durante o ataque, terá sido motivado por uma disputa de terrenos. Houve 57 pessoas feridas no incidente, "um número sem precedentes na Tailândia", acrescentou o governante, citado pela BBC.
Entre as vítimas mortais constam 23 civis, três policias e três militares, além do próprio agressor, um sargento identificado como Jakrapanth Thomma, 32 anos.
O atirador matou outro soldado quando roubou um veículo militar e armas - duas espingardas, um metralhadora M60 e 770 munições de uma base militar.
As equipas forenses continuam a processar o local.