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Imprensa global vai para esculacho do 'BolsoNero'

"De novo", registraram os títulos das agências, reproduzidas pela maioria dos veículos

Imprensa global vai para esculacho do 'BolsoNero'
Notícias ao Minuto Brasil

11:26 - 27/03/20 por Folhapress com Nelson de Sá

Mundo Jornais e revistas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A resposta imediata ao novo pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, na cobertura externa, havia sido de cansaço, até constrangimento, com o brasileiro e sua mesmice retórica. Do Wall Street Journal ao chinês Caixin, o jornalismo financeiro global nem sequer noticiou.

"De novo", registraram os títulos das agências, reproduzidas pela maioria dos veículos. O New York Times, quando apareceu afinal com um texto próprio, evitou o nome de Bolsonaro nos enunciados e só foi mencioná-lo no segundo parágrafo.

Com a entrada das revistas, começou o sarcasmo. O título na inglesa The Economist, em sua edição impressa, foi "BolsoNero", dizendo que o presidente "brinca" enquanto a pandemia avança sem controle no Brasil.

Na alemã Der Spiegel, o enunciado foi "O último negacionista", mostrando que, da chanceler Angela Merkel ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, todos passaram a defender o isolamento social, com exceção do brasileiro.As comparações com Donald Trump começaram a se perder, em parte porque este se conteve e, por exemplo, adotou distanciamento físico em entrevistas –e vem evitando a expressão "vírus chinês", de fato, como havia anunciado à Fox News.

Ainda assim, destacando que o brasileiro segue tentando "canalizar Trump", o Washington Post também embarcou na ironia, com este primeiro parágrafo:"Ele falou que o auto-isolamento era 'confinamento em massa'. Chamou o novo coronavírus de 'gripezinha'. Perguntou 'por que fechar as escolas' se só pessoas com mais de 60 estão sob risco. Este é Jair Bolsonaro, líder do maior país da América Latina.

"Ele se diferencia pelo discurso repetitivo e desbragado, mais para o radialista americano Rush Limbaugh, como apontou Tim Wu, professor da Universidade Columbia, de Nova York –que considera o brasileiro "pior que Trump".

Veja também: Bolsonaro: 'Brasileiro mergulha no esgoto e não acontece nada'

A atenção, sobretudo nos tabloides pelo mundo, se volta agora à perda de poder efetivo do governo brasileiro, nem tanto para os governadores estaduais, ao menos até o momento no noticiário, e mais para o crime organizado.Vale tanto para o New York Post como para o também sensacionalista Global Times de Pequim e para a plataforma de notícias Baijiabao, do Baidu, o gigante chinês de buscas, com enunciados como "Lei da selva".Os cartazes com o "toque de recolher" nas favelas, por parte do Comando Vermelho e até do Bonde dos Malucos, se espalham pelo mundo.

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