Quatro jornalistas condenados à pena de morte no Iêmen
Segundo Sabra, Abdel-Khaleq Amran, Akram al-Walidi, Hareth Hamid e Tawfiq al-Mansouri são os jornalistas, com idades entre os 29 e os 35 anos, condenados à pena capital
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Mundo Espionagem
Quatro jornalistas foram condenados à pena de morte e seis a prisão no Iêmen, por um tribunal controlado pelos rebeldes Houtis, que os condenou por espionagem, anunciou hoje o advogado de defesa, Abdul Majeed Sabra.Os rebeldes, apoiados pelo Irã, foram acusados de "colaborar com o inimigo", disse o advogado, numa referência à aliança liderada pela Arábia Saudita, em guerra com os Houtis desde 2015.
Segundo Sabra, Abdel-Khaleq Amran, Akram al-Walidi, Hareth Hamid e Tawfiq al-Mansouri são os jornalistas, com idades entre os 29 e os 35 anos, condenados à pena capital.
O Tribunal de Sanaa, a capital do país, controlada pelos rebeldes, condenou os outros seis jornalistas, entre os 27 e os 41 anos, a pena de prisão por "espalharem notícias falsas e rumores" com o intuito de ajudarem a aliança, numa sessão em que não foi permitida a presença dos advogados de defesa ou da comunicação social.
A defesa já adiantou que vai recorrer da decisão.
A lista de acusações elencava a transmissão "de notícias, informações, rumores e propaganda em apoio à agressão saudita e seus aliados, com a intenção de enfraquecer as forças de defesa da nação".
Os dez jornalistas, nove presos num ataque a um hotel em Sanaa, em junho de 2015, e o outro detido em sua casa, em agosto, também são acusados de "minar o espírito do povo, prejudicar a segurança pública e espalhar o terror entre o povo" com as suas ações, de acordo com o documento.
Os Houthis ocuparam várias áreas do norte e oeste do Iêmen em 2014, incluindo a capital, Sanaa, e desde 2015 a aliança árabe interveio militarmente no país contra os rebeldes e a favor do Governo iemenita, reconhecido internacionalmente.
Desde 2014 que o Iêmen, país mais pobre do mundo árabe, está em convulsão, devido à guerra civil, desde que os Houthis passaram a controlar o norte do país. No ano seguinte a aliança, liderada pela Arábia Saudita, interveio.
O conflito matou mais de 100 mil pessoas e criou a pior crise humanitária do mundo, deixando milhões de pessoas a lidar com a escassez de alimentos e medicamentos.
De acordo com o Comite para a Proteção dos Jornalistas, de Nova Iorque, ambos os lados do conflito violaram as liberdades de imprensa.